sábado, 19 de maio de 2012

Oxum
























Dona das águas. Na áfrica, mora no rio Oxum. Senhora da fertilidade, da gestação e do parto, cuida dos recém-nascidos, lavando-os com suas águas e folhas refrescantes. Jovem e bela mãe, mantém suas características de adolescente. Cheia de paixão, busca ardorosamente o prazer. Coquete e vaidosa, é a mais bela das divindades e a própria malícia da mulher-menina. É sensual, exibicionista, consciente de sua rara beleza. Se utiliza desses atributos com jeito e carinho para seduzir as pessoas e conseguir seus objetivos.

Oxum é chamada de Yalodê, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre as águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível. Dança de preferência sob o ritmo de sua terra: Igexá. Sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora.

Ela faz a qualquer um o que o médico não faz, é a Orixá que cura o doente com a água fria. Se cura a criança, não apresenta honorários ao pai. É a Orô, um pássaro que tem uma pena brilhante na cabeça, e a Yalodê, que ajuda as crianças a terem uma mãe. Manda a cabeça má ficar boa. Oxum é doce e poderosa como Oni. Oxum não concede as más coisas do mundo. Ela tem remédios gratuitos e faz as crianças tomarem mel. Sua palavra é meiga e deixa a criança abraçarem seu corpo com as mãos. A mão da criança é suave, Oxum é afável. É cliente dos vendedores de cobre. Agita sua pulseira para ir dançar. Ela é elegante e tem muito dinheiro para divertir-se. Suas jóias são de cobre e é proprietária do pente de cobre e de muitas penas de periquito. Não há lugar onde não se conhece Oxum, poderosa como um rei.


Quando Orumilá estava criando o mundo, escolheu Oxum para ser a protetora das crianças. Ela deveria zelar pelos pequeninos desde o momento da concepção, ainda no ventre materno, ate que pudessem usar o raciocínio e se expressar em algum idioma. Por isso, Oxum é considerada o orixá da fertilidade e da maternidade.

Por sua beleza, Oxum também é tida como a deusa da vaidade, sendo vista como uma orixá jovem e bonita, mirando-se em seus espelhos e abanando-se com seu leque (abebê).

A deusa das águas doce, símbolo da riqueza, do charme, da elegância, foi a segunda esposa de Xangô, antes, porém, esposa de Oxóssi, sua grande paixão. Patrona do ventre. Governa as ervas antissépticas e desinflamatórias. Seu domínio é subsolo do universo, suas características são a vaidade e a faceirice. Divindade única, genitora, ligada à procriação, patrona da gravidez, do desenvolvimento do feto, coloca o bebê sob sua proteção até que adquira o conhecimento da línguagem. Foi a primeira Iyámi encarregada de ser Olotoju Anon Omi (aquela que vela pelas crianças e cura). O seu axé principal é a atividade que rege esse conhecimento. Mãe ancestral suprema, Oxum é considerada a patrona dos peixes, mas é também representada pelos pássaros. O ovo é um dos seus símbolos.

Orê Yeyê ô! Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Se uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!" Oxum lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos. 

Oxum, divindade feminina por excelência, é a filha predileta de Oxalá e de Iemanjá. Alguns dão Oxum por fruto de uma relação ilícita de Iemanjá com Ifá, mas ela também aparece, como outras versões míticas, como mulher deste último; ela está relacionada como a dona do jogo divinatório.

Os mitos mostram-nos Oxum casada com Oxóssi e mãe de Logun Edé; às vezes ela cria Iansã, outras vezes, na qualidade de co-esposa de Oxóssi com Iansã, ela cria os filhos que esta última abandona. Oxum, mulher volúvel, engana Oxóssi com Xangô, razão pela qual, desgostoso, o deus da caça resolve ir viver sozinho na floresta. Ela seduz Omolu, deixando-o perdidamente apaixonado, e obtém dele que afaste a peste do reino de Xangô. Mas Oxum é unanimemente considerada como a esposa de Xangô que por ela apaixonou-se, o como rival de Iansã e de Obá com as quais disputa os favores, do senhor do trovão.

Oxum divindade das águas doces e do rio Òsun no país Ijèsà, é ligada à família real de Osogbo. Foi trazida pelos escravos Ijès, e é considerada como Orixá dessa nação; Óxum é a deusa dos rios, fontes e regatos, das águas que nascem da terra.

Não é uma divindade das águas salgadas, embora receba em dezembro um presente no mar, juntamente com Iemanjá. Oxum é essencialmente a divindade dás mulheres, e preside às funções fisiológicas femininas, à menstruação, à gravidez, ao parto. Pode castigar suas filhas provocando-lhes hemorragias, ou tirando-lhes a menstruação antes do tempo. Òsun “olo kiki” “(dona do ekódíde), transformou o sangue da governanta de Òsàlá em ekódíde, pena do papagaio da Costa cuja cor vermelha é associada ao sangue menstrual e que evoca a ideia do nascimento, da fecundidade e da riqueza.

Oxum, divindade da gestação e do nascimento desempenha, pois importante função nos ritos de iniciação. Ela orna as crianças, e foi ela quem criou os filhos do Iansã.

“IYA MI TI TO SO OKU DE À IY É” – (ela transforma a morte em vida)

“ODI ONA KU ITA Ò RUN” – (ela fecha o caminho da morte)

Oxum também é uma mulher-menina que brinca de boneca. Sua relação com a maternidade exprime-se através de sua associação com o peixe, como no caso do Iemanjá; ela é representada sob a forma de uma sereia que é levada em procissão no dia do ipété, ou às vezes na forma de um peixe, símbolo da fecundidade e da fartura. Seu abèbé é geralmente enfeitado de um pequeno peixe ou de uma sereia. Generosa, nada recusa, e nunca se enfurece, o que pode acontecer com Iemanjá.

Fecundidade e fertilidade significam por extensão abundância e fartura, Oxum é a divindade da riqueza. 

“A WURA OLU” (a dona do ouro) O pássaro de Oxum, segundo me informaram, é o ADÀBÁ tipo de pombo de olhos vermelhos.

Por outro lado, Oxum desempenha importante papel no jogo de búzios, pois ela é quem formula as perguntas às quais Exu responde.

Em outros terreiros pode ser assentada junto com Xangô. Seu assento é uma sopeira de louça tampada com desenhos amarelados de tonalidade clara contendo seus otá, seixos redondos de cor também amarelada, e sua ferramenta, geralmente um pequeno abèbe de latão, imersos no mel. O peji é enfeitado de bonecas, de flores e frascos de perfume; Oxum é representada sob a forma de uma sereia que sai em solene procissão numa charola, no dia do Ipétè de Oxum.

O dia do òyè de Oxum é sábado, dia das águas; oferecem-lhe nesta ocasião omolukum, ovos cozidos, arroz, o ègbo de milho de Òsàlá. Nos dias da obrigação, ela pode receber uma cabra de cor amarelada; os animais de dois pés que acompanham são geralmente pombas ou galinhas. Mas, Oxm aprecia igualmente pato e conquém. Suas comidas secas são as já citadas omolukum, ipété, adun, isu, feijão preto, milho com coco, èkó, alua.

O ovo, sobretudo é consagrado a Oxum, pela cor amarelo dourado de sua gema e por representar a gestação. Oxum adora o mel, doce como ela. Oxum como era de se prever, não suporta o carneiro, e os filhos de Oxum não podem por esta razão assistir ao sacrifício na festa de Xangô. Quiabo e mamão são proibidos.

Divindade calma veste-se sempre de cores claras, de preferência amarelas que é a sua cor consagrada; porém, dependendo da qualidade, Oxum guerreira pode vestir-se de cor de rosa, Oxum velha de branco e azul claro; Oxum Ijimu, por exemplo, usa uma saia azul claro, òja e adê cor de rosa. Oxum leva na mão direita seu leque ritual, o abèbé de latão ou qualquer outro metal dourado, com uma sereia, um peixe ou até mesmo uma pequena pomba no centro.

O número de Oxum sendo dezesseis, o colar terá dezesseis fios, dezesseis firmas (ou duas, ou quatro) que podem ser de divindades com as quais ela tem afinidade, ou com as quais sua filha estiver relacionada: Oxóssi, Xangô, Iemanjá, por exemplo. Oxum dança os ritmos Ijexá, com passos miúdos, segurando graciosamente a saia.

O toque Ijèsà é ritmado como o balanço das águas tranquilas, e muito apreciado pelos fiéis. Quando estão Presentes Oxóssi e Logun Edé acompanham Oxum. Ogum também dança com Oxum os ritmos Ijèsà, assim como Ossaim. No terreiro jeje do Bogun, Oxum (ÍYÁLODE) dança o bravum como Naná. Ela se banha no rio, penteia seus cabelos, põe suas jóias, anéis e pulseiras. No dia do deká de uma filha de Iansã (Oya Bale) daquela casa, Oxum manifestou-se para disputar Xangô, empurrando-a e dançando, provocante, diante do deus do trovão.



Qualidades de Oxum


– ÒSUN ABALU; ABALO (Agba ilu) é uma velha Oxum, a mais idosa de todas, e chefe das mulheres. Maternal avó amorosa é uma mulher que tem numerosos filhos e netos. Mas é bastante severa e autoritária. Usa azul claro e um abèbé. É a verdadeira dona do leque e sempre se apresenta com ele. Come com Iemanjá no rio ou na lagoa. Carrega Ogum e uma Iansã. Tem ligação com Omulu e Oxóssi.




– ÒSUN IJIMU (ou Ajímu, ou Jimu) é outro tipo de Oxum velha. Veste-se de azul claro ou cor de rosa claro. Leva abèbé e seus colares são feitos de contas de cristal amarelo escuro com branco. Representa um tipo semelhante a Abalu, mas talvez mais meiga.  É a senhora da fecundidade e do feitiço, é a velha e vira bruxa na beira do rio. Come com Oxalá e Omolu. Não come bicho-fêmea, exceto pata. Aspecto idoso e dado às feitiçarias tem estreita ligação com Ìyámi Eleye. A Rainha e mãe de todas as Oxum.



– IYA OMI; ABOMI; OMIM OU LOMIN é a Oxum saudada no xirê, também idosa. É aquela que faz as perguntas a Exu no jogo divinatório de Ifá. Um dos nomes ou qualidades de Oxum que significa 'Senhora da água'. Suas filhas têm o direito de usar o Jogo de Adivinhação com até 16 búzios. Não tem ligação com os demais Orixás. Ligação com a Angola e seu jogo de búzios. É considerada uma das mais velhas, devido ao longo tempo de culto.



– ÒSUN ABOTÔ; YABOTÔ; BOTO; OXOGBO OU OGBO -  é uma Oxum muito jovem e vaidosa, que usa colares de contas de louça amarelo claro. Feminina e coquete. Relacionada ao parto e ao nascimento, ajuda as mulheres a terem filhos. É a origem de Oxum. Seu culto é realizado nas nascentes dos rios. É a Oxum das nascentes e dos encontros das águas doces e salgadas. Veste amarelo-ouro e azul-claro. Ela deu origem ao nome da cidade de Osogbo. Tem fundamentos com Yemanjá e Oxalá. Geralmente seus filhos são Àbìkús. Dizem ser feita no lugar de Ifá, apesar de vermos que muitos fazem no lugar de Ifá o assento de Oxum Abomi.
– ÒSUN APARÁ; OPARÁ -  seria a mais jovem das Oxum, e um tipo guerreiro que acompanha Ogum ou Xangô vivendo com ele pelas estradas e rochas; dança com ele quando se manifestam, juntos numa festa; leva uma espada na   mão e pode vestir-se de cor de rosa.



– ÒSUN AJAGURA; AJAGIRA; AJAGURÁ -  outra Oxum jovem guerreira que leva espada ou abebé,  casada com Aganju, rival de Iansã. Representa um tipo semelhante a Opará; porém mais agressiva, e Ajagurá mais orgulhosa. Pertence à nação nagô - Oyo, Pernambuco.



– YEYE ÔKÊ; OKE; LOKE; OLOKO OU LÊ ÎE -  Apresenta-se como caçadora, mais também é muito guerreira. Vive no interior das matas ou florestas e é associada as Iyami. Veste amarelo-ouro e usa ofá, traz ainda uma espada e o abebê. Come com Oxossi e Ewá somente a caça. Foi esposa do mais velho Oxossi que existe e criou os filhos que lansã teve com seu marido, aliás, só permitia que Oyá tratasse de seus filhos quando eles adoeciam.


– YEYE PONDÁ; YPONDÁ; PANDÁ -  é também uma Oxum guerreira, casada com Oxóssi Ibualama e mãe de Logun Edé . Yeye Ipondá é a verdadeira Oxum Ijexá que veio de Ijexá ou de Ipondá Vive no mato com o marido, leva uma espada e veste-se de amarelo ouro. E desconfiada, astuta, observadora, intuitiva. Senhora de Ifá. Porta um leque e com sua espada guerreia bravamente. Vive no mato com seu marido. Veste amarelo-ouro e azul-claro na barra da saia. Relacionada ao fogo e aos cemitérios, tem ligação com Egun. A pata é a sua maior quizila, seu bicho de fundamento é a tartaruga. É uma jovem da cidade de Iponda. Tem ligação com Ogum, Oyá, Oxossi e Oxaguiã. Come com Iyemonjá e Oxalá. Alguns dizem ser companheira de Omulu, muito feiticeira tendo ligação com o fogo.



– YEYE ODO; ODÓ é a Oxum das fontes; talvez seja a mesma que Iyámi Odo , um tipo muito parecida com Iemanjá.  É a Mãe das Ancestres.  Veste branco e azul. Come com Oxalá e Yemanjá. Senhora dos perdões. Nas nascentes dos rios reside Yèyé Odó.



– YEYE OGA; OJA -  é uma Oxum velha e rabugenta. Muito enquizilada



– YEYE KARÉ; KARÊ é um tipo de Oxum mais velha, muito autoritária e muito guerreira e extremamente agressiva. Muitas vezes confundida com Iansã por muito rápida. Sua arma é um ofá (arco e flecha). Veste saia branca com forro amarelo-claro. Tem fundamentos com Oxóssi. Acompanha Yemanjá e Oxalá. Come na lagoa e no encontro das águas salgadas com as doces. É manca da perna esquerda e só come bichos-fêmeas. Karê é um de seus títulos, na verdade Karê tem seu próprio nome que poucos conhecem. Tem ligação com Oyá.


– ÒSUN Ê WUJ Í; WIJÍ -  é uma Oxum maternal e generosa, saudada no Padê e senhora do Ronkó ou Peji.


– YEYE IPETU; PETU -  Qualidade de Oxum que divide o mesmo Ori com Iansã. Gosta do cobre. É o aspecto maduro da Oxum. Encaminha a Olorum os eguns dos afogados usando a coluna de água formada pelos ventos de sua porção Iansã. É guerreira também. Cultuada nas Lagoas. Dizem não incorporar mais.



Àyàlá ou Ìyánlá ou Ayla ou Yala: É a avó das Oxum. Muito poderosa e guerreira. Veste o amarelo e o azul-claro. Come com Ogum. Mora nas matas e tem caminhos com Obaluaiê. Àyàlá, que também foi esposa de Ògún Alagbdé e é conhecida como a "avó" que tocava música num fole para fazer dançar Egúngún, mantém estreita ligação com as lyámi (nossas mães queridas, as famosas feiticeiras) .



Kissimbi: nkisi ou hamba de Angola. Antigo nome correspondente a Oxum entre os negros angolanos e congos no Brasil.



Lobá-guerê ou Gueré: Oxum velha que dirige os trabalhos do qual o auxiliar é o Exu Laboré Fumen. Gueré quer dizer docemente ou alegremente. Tem ligação com Xangô



Iberin ou Merin: Feminina, coquete e muito elegante. Aspecto maduro da Orisá, nessa forma não desce nas cabeças.


2 comentários:

  1. Gostaria de saber mais sobre a Os uns Lobá Olokô.

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  2. Excelente texto!
    Contudo há uma frande injustiça em dizer que oxum "é volúvel" porque "traiu" oxossí. Já lhes explico,a concepção monogâmica ocidental cristã não se aplica ao culto dos orixás. Em muitos países do continente africano a poligamia é prevista para os homens. Mas, no caso em que a cunhada tenha sido abandonada pelo irmão, como no caso de oxum que se encontrava sozinha em casa, pois seu marido odé saiu para caçar, sem previsão de volta, deixando-a priva de seus cuidados e deveres de marido, então o irmão com mais posses passa a ter "direitos" sobre a cunhada, assumindo-a como esposa. Assim como o fez Xangô quando a levou para viver consigo em seu reino.

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