Lendas de Orixás, Búzios, Cartas e Tarôt, Orações, Ebós e ensinamentos diversos.
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
Adoxu
Deus segundo Baruch Spinoza
Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: - " Acredito no Deus de Spinoza que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa em premiar ou castigar os homens".
O DEUS DE SPINOZA
Estas palavras são de Baruch Spinoza, filósofo holandês que viveu em pleno séc. XVII. Este texto foi chamado de "Deus segundo Spinoza" ou "Deus Falando com você".
"Para de ficar rezando e batendo no peito. O que eu quero que faças é que saias pelo mundo, desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.
Para de ir a estes templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nas praias. Aí é onde eu vivo e expresso o meu amor por ti.
Para de me culpar pela tua vida miserável; eu nunca te disse que eras um pecador.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar dos teus amigos, nos olhos de teu filhinho... não me encontrarás em nenhum livro...
Para de tanto ter medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem me incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te castigar por seres como és, se sou Eu quem te fez?
Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportam bem pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita o teu próximo e não faças aos outros o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida; que teu estado de alerta seja o teu guia. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Para de crer em mim . . . crer é supor, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho de
mar.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo. Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. Não me procures fora! Não me acharás.
Procura-me dentro... aí é que estou, dentro de ti."
sábado, 8 de dezembro de 2018
Voduns no Jeje (Mitologia Ewe e Fon)
Os voduns do Jeje Mahi seguem uma divisão por famílias ou panteões, cujos principais são:
Panteão da Serpente (Dan): Neste panteão agrupam-se todos os “Voduns Serpentes”, estão ligados diretamente ao movimento, a vida, a renovação e a adivinhação. Alguns voduns Dan: Gbesén, Dangbala, Áidò Wèdò, Frekwen ou Kwenkwen, Dan Ikó, Dan Xwevé, Dan Akasú, Dan Jikún ou Ojikún, Azannadô ou Zoonodô (que está ligado também a Hevioso), Aziri ou Azli.
Panteão do Trovão (Hevioso): Neta família agrupam-se os Voduns Kavionos, ligados ao fogo, à justiça, e ao raio, e também os voduns do oceano (Tòvodum) que mantêm estreitas ligações com os Voduns Kavionos. O Panteão é liderado pelo vodum Sogbo. Os Voduns Kavionos: Sògbò, Gbadé, Akarumbé, Adeen, Kposu, Averekete, Lissá, Agbé Tayó (vodun do aceano), Djó e Agbé Hunnòn (avejidá), Loko.
Panteão da Terra (Sakpata): Neste panteão se agrupam os voduns da terra, das riquezas e das doenças, ligados a vida e a morte. Azansu é o lider do Panteão. Alguns voduns do Panteão: Azansú (Sakpata), Ewá, Parará ou Pararalibu, Avimadje, Agué, Ayizan, Nanã, Agbé Gèlèdè e Abè Afefè (Avejidá). Kposu está ligado a Sakpata, embora seja de Hevioso.
Nagô-Vodum: Esses voduns são na verdade orixás, pois são de origem nagô. Os principais são: Gú (Ogum), Odé, Oyá, Oxun, e Yemanjá. No Bogun, pode-se encontrar o culto a Logun Edé.
Guardiões: Responsáveis pela defesa e fiscalização da casa, como Sòhòkwe, Legba e mesmo Ogun. Legbá por suas diversas funções está ligado aos diversos panteões.
Muitas famílias menores foram absorvidas pelas maiores, assim podemos notar que Avejidá foi dividida entre Sakpata e Hevioso.
Aziri Togbosi, Azli Togbosi ou Aziri Tobôssi (onde Tògbosì: Tò – água; gbo – grande quantidade; sì – esposa, senhora) é a maior e mais importante mãe das águas do Jeje Mahi, é uma divindade ligada às águas profundas, sejam elas doces ou salgadas, e tem estreitas ligações com a mãe nagô Yemanjá. Veste branco e adorna o pescoço com pérolas, considerada como a mãe de muitos Voduns.
Naê Aziri, Aziri Tolá ou Azli é uma mãe das águas correspondente a Òsún, ligada às águas doces e considerada uma mãe velha. Seguindo a variação podemos encontrar diferentes variações do nome como Aziri Kaia ou Togbosi Kaia (nome como Aziri Tobôssi é conhecida no Jeje Savalu), mas lembramo-nos que no Jeje não existem qualidades de Voduns, assim sendo, cada nome designa apenas um vodun ou é variação de um mesmo nome. Assim Aziri Tobôssi e Aziri Tolá são as correspondentes, respectivamente, de Yemanjá e Osun. Ainda quanto a Aziri Tobossi, ela pode ser tanto de água doce como salgada dependendo do seu Hún in (nome particular do Vodun)
Gu é a denominação fon do vodun senhor da guerra, da metalurgia, da cirurgia e das escarificações, que tem origem de culto do orixá yorubá Ogun. O culto de Gu foi introduzido no atual sul do Benin no final do século XVII por ferreiros e cirurgiões iorubás, e se tornou bastante popular, sendo cultuado nos templos e conventos de praticamente todos os demais voduns, além de ter os seus próprios. O emblema principal de Gu é o gubassá, que é uma adaga metálica adornada com desenhos místicos, utilizada em diversos rituais, incluindo o culto de Fá, para abrir caminho para o mundo dos espíritos. O gubassá é também conhecido e utilizado no vodu haitiano. Em segundo plano fica o gudaglô, menor que o gubassá e que Gu utiliza para defender seus filhos dos inimigos. Na iconografia fon, o vodun Gu é representado portando estes dois sabres, o gubassá na mão direita e o gudaglô na mão esquerda. Gu é o Vodum do ferro e da guerra, que dá ao homem a sua tecnologia. Ele não aceita a cumplicidade com o mal, por isso é capaz de destruir todos os culpados por atos infames e criminosos. Esta personalidade de Gu é expressa pelos Fons como “da Gu do”(Gu castiga, Gu mata). A ferramenta divina em forma de espada. É a divindade do ferro, da guerra e das cirurgias. Representa uma das principais forças de auxilio ao homem – ele é a própria força. Não é o ferro em si, mas sua propriedade de cortar.
Ewá é um vodum feminino da família de Sakpata. Filha de Aido Wedo e Dambala, irmã de Boçalabê nasceu para ser o símbolo da pureza e da beleza dos deuses. Do nascimento a fase adulta Yewa viveu na família de Dan onde representava a faixa branca do arco-íris onde também mora Ojiku. Recebeu de Aido Wedo o poder da vidência, da riqueza, e todos os corais que existiam no mar que ela pegava com seu arpão. A beleza física de Ewá encantava a todos que olhassem em seus olhos, mas essa nunca se encantava com ninguém pois era o símbolo da virgindade e da pureza. Muitos homens se apaixonaram por ela e todos foram punidos pelos deuses pois sabiam que era proibido amar a grande Virgem. Ojiku ou Dan Jikun é um Vodum Dan que sempre é muito confundido com Yewa, assim como Boçalabê que é sua irmã. Ojiku é considerado a Cobra branca e Boçalabê é uma Vodum das água doces, muito confundida com Oxum. Para muitos Ewá é também representada pela figura de uma serpente.
Sakpatá. De dupla etnia viveu com os Nagôs (Yorubá) onde é conhecido como Sapanná, e recebe os títulos de Obaluaiye ou Omolu. Azansú foi o responsável por trazer algumas divindades Yorubás para a Tradição Mahi. É o vodun Rei da Terra (Ayinon) senhor das doenças, da vida e da morte, é o chefe da familia Sakpata. Azansu significa “homem da esteira” onde “azan=esteira” e “su=homem”, mas pode significar também “homem de palha”. Seu domínio sobre o mundo dos mortos é íntegro, sendo ele o senhor do desencarne. É o deus da humildade, regendo todos os desprovidos de riqueza porém ricos de espírito. Seu poder é muito presente na sociedade e dentro do candomblé muitos são seus mistérios e mitos. Para os mais antigos, pronunciar seu nome sem tocar o chão é um sinal de desrespeito, podendo causar a fúria dessa divindade. Dentro das casas de Jeje, os vòdúns da família Sakpata são responsáveis pela doutrina e por toda a organização do ásé. São eles que normalmente cobram o neófito caso aja de forma incoerente as regras. Sua mãe é Nanã Buruku, que o abandonou logo após o nascimento, tendo sido encontrado e criado por Yemanjá. Azansu está ligado a Ewá, sua companheira. É irmão de Bessém e Loko, e também de Agué. Ayinon significa “dono da terra” e é o nome pelo qual este vodum é reverenciado.
Dans são os símbolos da continuidade. Simbolizam também a força vital, o movimento, tudo o que é prolongado. Sustenta a Terra e impede que se desintegre ou saia de órbita. Vivem no arco-íris. Nos arcos-íris da lua e do sol também encontramos Voduns Dan. Dan serve de protetor e auxiliar a outros voduns, em especial a Hevioso. No Brasil encontramos cerca de 40 Voduns Dans, na África encontramos muito mais que isso. Essa família é muito grande. O Dangbê é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan. Dan é um Vodum muito exigente em seus preceitos, muito orgulhoso e teimoso. Quando tratado corretamente, dá tudo aos seus filhos e a casa de santo, mas se tratado de maneira errada ou se for esquecido castiga severamente. Vodum Dan é muito fiel a casa e a mãe/pai de santo que o fez. Dan tanto pode ser um Vodum masculino quanto pode ser um Vodum feminino, porém para tratá-lo, fazê-lo ou assentá-lo temos que cuidar sempre do casal. Como dizem os antigos “cobra não anda sozinha, seu parceiro está sempre por perto”. Ao se iniciar um filho de Dan, preceitos são feitos para que esse Vodum venha sempre em forma humana e nunca em forma de serpente, pois entendemos que na forma humana ele é menos perigoso e entende melhor os homens, podendo assim atender suas necessidades e supri-las. Na forma de serpente torna-se muito perigoso. De modo geral os filhos de Dan são muito chegados a doenças, principalmente de olhos. São pessoas vaidosas, ambiciosas, “perigosas”, espertas e inteligentes. São muito dedicados ao santo e dificilmente saem da casa onde foram feitos. Vestem branco em sua grande maioria. Alguns usam cor verde bem clarinho, prateado, ou tecido liso com o arco-íris estampado. Seus fios de conta variam de acordo com cada Vodum, não existe um modelo padrão. A cor representativa da maioria dos Dans é o verde e o amarelo. Sua louvação principal é: Aho bo boy = “Salve o rei cobra” ( Hho = rei, bo boy = Dans, serpentes, cobras). Os símbolos de Dan são: o arco-íris, a serpente pithon, o traken ou draka, patokwe, o dahun, a takara. E o assôm. Seu principal atinsá dentro de uma casa de Santo é denominado Dan-gbi, que é onde o arco-íris se encontra com a terra (“panela lendária do tesouro!”). Dan usa muitos brajás feitos de búzios. As aigri (escrementos de Dan) são importantíssimas em seus assentamentos e atinsás. No Brasil as Voduncis iniciadas para Dan recebem o cargo ilustre de Megitó (Nação Jeje-mahi).
Dambala e Aido Wedo (Dàngbála e Áidòwèdó) - Para alguns é uma unica divindade andrógina (Dambala é macho, Aido Wedo é femea, imagem de Dambala refletida na água formando o arco-iris), sendo Dambala representado pela serpente e Aido Wedo pelo arco-íris, são muito importantes no Vodu Haitiano. Dambala e Aido Wedo foram quem auxiliou Nanã Buruku na tarefa de criar o mundo (mito do povo Fon): segundo a narração Dambala levava Nanã nas costas enquanto ela criava a terra, a flora, os minerais e os animais, depois ele deu uma volta ao redor da Terra fazendo ela girar.
Bessém (Gbèsén) - Rei das tradições Maxi no Brasil, vodun da fecundidade e da vida, seu assento (assen) é o Dangbe, moticulo de barro com uma panela de barro em cima ornamento com cacos de louça de cor branca. Vodun adorado pelos Maxí como seu Ako vodun (Vodun Principal). Representado pela Piton sagrada. OUTROS:
- -Frekwen: Feminina, guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como Frekenda. Representada pelas cobras venenosas. Vodun feminino da família DAN, seria se não a parte feminina de Bessén mais ligada as águas, gosta de receber suas oferendas nas nascentes de água nos altos de montanhas, seu encanto é a serpente albina de cor branca e amarela, os antigos dizem que ela é a própria serpente albina, trate-se de um vodun muito encantado, domina o arco-íris em torno do sol, tem forte ligação com Yewá e Azansú, suas cores são o amarelo rajado de verde e vermelho ou as sete cores do arco-íris em missangas transparentes, gosta muito de brajás.
- -Bosalabe: Toquem feminina, irmã gêmea de Bosuko e irmã de Yewá. Muito alegre e faceira vive nas águas doces. É conhecida também como Vodum Bossá.
- -Bosuko: Masculino, toquem e gêmeo de Bossá.
- -Ojiku ou Dan Jikun: Junto com Yewá, vive na parte branca do arco-íris e no arco-íris da lua. É quem trás as chuvas e é uma das esposas de Bessém.
- -Dan-Ko ou Dan Ikó: Ligada e confundida com Oxalá.
- -Frekwen: Feminina, guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como Frekenda. Representada pelas cobras venenosas. Vodun feminino da família DAN, seria se não a parte feminina de Bessén mais ligada as águas, gosta de receber suas oferendas nas nascentes de água nos altos de montanhas, seu encanto é a serpente albina de cor branca e amarela, os antigos dizem que ela é a própria serpente albina, trate-se de um vodun muito encantado, domina o arco-íris em torno do sol, tem forte ligação com Yewá e Azansú, suas cores são o amarelo rajado de verde e vermelho ou as sete cores do arco-íris em missangas transparentes, gosta muito de brajás.
- -Bosalabe: Toquem feminina, irmã gêmea de Bosuko e irmã de Yewá. Muito alegre e faceira vive nas águas doces. É conhecida também como Vodum Bossá.
- -Bosuko: Masculino, toquem e gêmeo de Bossá.
- -Ojiku ou Dan Jikun: Junto com Yewá, vive na parte branca do arco-íris e no arco-íris da lua. É quem trás as chuvas e é uma das esposas de Bessém.
- -Dan-Ko ou Dan Ikó: Ligada e confundida com Oxalá.