domingo, 15 de dezembro de 2013

Quiabo não é só ofertado a Xangô!




Alimento do culto de Egungum, porém é muito utilizado no culto de vários Orixás como; Òrò (Baba-Eègun) para favorecimento em qualquer assunto, fazer justiça, exemplar os perversos e injustos.


Quando ofertado à Exú sua função é acelerar uma melhoria financeira e Ifá.

Para Ogum sua finalidade é derrotar um inimigo em confronto manifesto.

Para Xangô sua finalidade é atacar ou apaziguar qualquer ameaça que ainda não tenha se manifestado. 

Para Obaluaiê é servido cru pilado a fim de acelerar o andamento de riqueza e prosperidade. 

Para Obatalá sua função é apaziguar qualquer força ou situação agressiva. Ou seja, o Ila possui características que para adiantar algo, fazer deslizar, escorregar para dentro ou fora de uma situação.

Numa Oogun (magia) quando sua seiva é colocada sob folha de bananeira tem a
finalidade de causar a queda de um inimigo. Quando usado somente a seiva do Ilá provocada com a mistura de água, tem finalidade apaziguadora, refreadora, calmante diante de uma força agressiva, confusão na vida ou no Ori.

Quando usado como Amalà é utilizado na forma de um molho cozido no Epo ofertado quente com Egba (pirão) também bem quente, sua finalidade é acelerar a chegada ou o desfecho de algo que ambiciona, então se o Amalá for ofertado à Obaluaiê com peixe, búzios, pó de Osun e Efun, é para acelerar a prosperidade, dinheiro e abundancia. 

Ofertado à Xangô com peito de carne assada e Orogbo é para alguém obter coragem e enfrentar algo ou alguém complexo, já com pedras de raio ou fogo em brasa é para pedir defesa contra inimigos perigosos e injustos. 

Ofertado à Òrò (Baba-Eègun) com uma rabada de boi cozida sua finalidade é para acelerar o término de um sofrimento, doença, processo judicial, autoridade excessiva, abuso, tirania ou má intenção de pessoas

8º Itan - Exú

Em outra circunstância, Olofin estava muito doente, muitos foram vê-lo, mas não se encontrou em lugar nenhum quem o curasse. 

Por esse tempo, Exú comia aquilo que encontrava, convivendo com a pobreza. Sabendo da doença então, ele seguiu. Vestiu um gorro branco igual aos que usavam os Babalaôs e foi visitar o velho rei. Levou consigo suas ervas e com o seu poder curou então Olofin. 

Orumilá ficou muito agradecido e perguntou então a Exú qual deveria ser a recompensa. Exú que conhecia a pobreza, que conhecia a fome, que provara do desprezo de todos, pediu-lhe que lhe desse primazia nas oferendas, que lhe desse sempre um pouco de tudo que desse a qualquer um e que o pusesse às estradas das casas de modo a ser sempre o primeiro a ser saudado pelos que chegassem à casa, para que fosse saudado pelos que saíssem a rua. Orumilá estava grato a Exú e deu tudo o que Exú pediu.

Ensinamento: 

Este itan revela dois lados, ele revela a abertura dos padês nas iniciações dos Xirês, dos orôs internos e nos orienta que ao contarmos para os Orixás, que ao começarmos uma oferenda, uma mesa de comidas secas ou até mesmo uma obrigação simples, uma oferenda simples como um amalá para Xangô, como um Omolocum para Oxum, ou um Acarajé para Iansã, é preciso dar também um padê para Exú para manter o itan vivo. Revela ainda nas comunhões que se fazem às mesas de Bori, aonde se retira um pouco de cada comida e oferece para que a cabeça que está tomando esse Bori coma primeiro. Essa parte é um respeito à Exú, é um enaltecimento, é pedindo a Exú que antes dos Orixás, cubra também essa cabeça com respeito e proporcionando e essa pessoa, a esse filho, aquilo que ele pediu relacionado à obrigação.