sábado, 30 de junho de 2012

Iyawo

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Iyawo




A iniciação do Iaô normalmente é demarcada por etapas. Etapas essas que na realidade começa anteriormente ao recolhimento, onde o Abian em si ao se comunicar espiritualmente com seu Orixá e ao se vincular a uma casa de axé, automaticamente ele já começa uma iniciação. Iniciação básica de descobertas como movimentos espirituais que levam a entender uma casa de axé, que leva a conhecer membros de uma comunidade, com movimento de trabalho, de sala, de toques, respeito de hierarquia, e esse processo normalmente, ele gira em torno de no mínimo um ano de frequência para que ele possa se conduzir, se adaptando, se interessando pelo axé.


Contam as lendas que Odudua ao criar a terra, Oxalá foi incumbido de criar os seres. Seres esses que povoaram a terra e a terra foi dividida pelos Orixás em setores, onde cada um governaria o seu potencial, tomando conta. Ogum do ferro, da produção. Oxóssi da caça, da fartura. Iemanjá dividiu com Oxum as águas da terra. Na divisão das águas: águas salgadas para Iemanjá e águas doces para Oxum e Oxum por sua vez, ao ver as pessoas nascerem, achou que mereciam realmente fazer parte da criação do mundo, da criação maior que já existiu, e cada ser ao ser criado, ao ser fabricado por Oxalá, e ao ser consagrado por Olorum com o ar, com o sopro divino, automaticamente também teria o compromisso com o Orixá o qual ele nasceu vinculado ao elemento que o gerou. Se ele nasceu no elemento água, ele seria protegido por orixás que cobriam esse elemento. 

Elemento terra, orixás que cobriam o elemento terra e assim sucessivamente, os elementos básicos da natureza água, terra, fogo e ar, e automaticamente, quando os Orixás precisassem, visitariam os disponíveis como Elegum, são disponíveis como filhos, como iniciados, como médiuns, não importa como, mas prontos para que esses orixás pudessem vir à terra receber as festividades, as oferendas, comemorações, presentes, enfim, tudo de bom que o ser humano poderia oferecer aos Orixás como continuam oferecendo até hoje. E a iniciação básica da Oxum começou com a galinha d'angola branca ao ser pintada de bolinhas, daí então, foi criado o Iaô. Iniciação básica que todos passam por ela, para se tornarem sacerdotes de uma casa de axé. Automaticamente todos passam pelo processo de Iaô que é uma iniciação básica que se divide em quatro etapas:

Ebós, consagração à natureza, abertura de Sassaim, que é o conjunto de folhas e o obi d1água. Iniciação básica que começa apresentando essa cabeça à Iamasê, a Iemanjá, a Oxalá, fazendo com que eles consagrem, aceitem essa cabeça como membro de iniciação, para daí então adentrar-se ao axé, adentrar-se a cultura interna de orôs, de fundamentação.

A segunda parte, segunda etapa, o Bori que é a limpeza espiritual do corpo, da alma, do espírito, para que esse corpo, essa alma, possa receber então preparos energéticos que vai facilitar a chegada do Orixá.

Terceira etapa: raspagem, preparação da cabeça que na realidade, nada mais é que limpar a cabela de nascimento anterior, de resquícios anteriores, para que se possa nascer para uma nova vida, para um compromisso maior.

Quarta etapa: demarcação qualificativa com orôs de corte, para que o Orixá possa se vincular nesse Ori.

Ao recolher o Iyawo, é necessário que se saiba o Orixá a ele pertencente ou o dono do Ori do iniciado para depois então apurar o histórico de fundamentação de alguns Orixás que precisam ser vistos, outros já trazem na base através do comportamento que é o arquétipo, a própria demarcação, é preciso demarcar, fundamentar, organizar. 


Normalmente, após o recolhimento, é que passa-se então a organizar o trabalho a ser feito: fundamentação, roupas, bichos, demarcações, enfim todo o compromisso que é necessário ser cumprido para que o Orixá possa, no decorrer do período de recolhimento, vir a sala, para ser homenageado, receber as suas primeiras homenagens, que são homenagens de iniciação, o nascimento do Iyawo, o compromisso do Iyawo para com uma vida, um segmento, uma história que ele vai escrever. 


Uma história que ele vai decidir se será com lágrimas, com sorrisos, se será com muita luta ou com muitas vitórias, e essa história depende literalmente após os trabalhos honestos de iniciação, após os trabalhos corretos de preceitos, depende somente do iniciado, do Iyawo para que ele possa seguir seu caminho, se projetando dentro da casa, dentro da cultura, dentro do axé, sendo bem vindo para com seus irmãos, bem vindo para com a sua família e na realidade é o passo fundamental. 


Iyawo, este nome é dado ao novo iniciado da Casa de Candomblé, durante o período de sete anos, e neste período, serão subordinados pelas pessoas de cargos/posto da casa e deve obediência aos seus mais velhos; deverão concluir suas obrigações de 1, 3 e 7 anos. Ser Iyawo, além de outros preceitos, é permanecer recolhido por um período de 21 dias, passando por doutrinas e fundamentos, para conceber a força do Orixá. Saem da vida material e nascem na vida espiritual com um novo nome: Orunkó.


O Mòócan e os Delègún são os comprovantes e o diploma do iniciado.



Quando o Iyawo fizer a obrigação de sete anos, ele será considerado um Egbomi (um irmão mais velho). A obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto à feitura. Nessa obrigação, o (a) zelador definirá se o Egbomi abrirá sua própria casa ou não e entregará no ato da festa seus pertences (jogos de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar Iyawos; No Ketu esse ato chama-se Odú Ijé com Oyê, em outras nações é chamada de Deká, Peneira, Cuia, etc.



Caso o Orixá da pessoa não queira abrir uma casa e queira continuar na roça onde foi iniciado, o Orixá depositará seus pertences recebidos nos pés da Ialorixá ou do Babalorixá e esse Egbomi continuará na roça, onde provavelmente receberá um posto para ajudar o sacerdote da casa.



Quando o Orixá aceita a Egbomi receberá todas as homenagens dos presentes pois está sendo consagrado (a) como um novo Ialorixá ou Babalorixá. Nesse caso terá que providenciar uma casa para onde será levado seu Orixá e iniciar seu novo Ile axé.


sábado, 23 de junho de 2012

Obi





OBI



O Obi é uma obrigação voltada exclusivamente a confortar uma pessoa em um caso de doença, desemprego, distúrbios nervosos, ou até mesmo para um iniciado dentro dos preceitos do axé orixá, quando por um motivo ou outro, o mesmo não pode passar por um Bori. Essa obrigação tem seu nome em referência a um fruto africano, o obi, sem o qual nada podemos realizar para os orixás, no tangente a sacrifícios, uma vez que é com ele que conversamos com nossos antepassados para sabermos se aquele santo está satisfeito com a obrigação, etc.

Esta obrigação é a mais simples realizada dentro do axé, no tangente a dar de comer a uma cabeça. Muito embora algumas pessoas achem que ela não tem maiores fundamentos junto com o Orixá, mas já presenciamos muitos casos que foram resolvidos com esta obrigação. Trata-se neste ato, de confortar o anjo da guarda da pessoa, seja consulente ou filho de santo, ocasião onde alimentamos Oxalá, no intuito de pedir misericórdia para aquele filho que se encontra em tal sofrimento.

Esta obrigação não cria uma obrigatotiedade do cliente com o santo, ela serve apenas como um modo de resolver de imediato uma questão. Existem aqueles que após o Obi, sentem-se tão felizes que optam por penetrar de forma mais profunda dentro de nossa religião.

Nesta obrigação são utilizados: ebô (canjica de Oxalá), ebô-Yá (a mesma canjica, porém preparada para Iemanjá e de forma diferente), o Obi, frutas variadas, vela e uma quartinha com água além da comida de santo da pessoa. Em alguns casos é utilizado um pombo branco.

Antigamente quando uma pessoa desejava entrar para os preceitos de uma casa, ou sejam ser filho(a) de santo naquela casa, naquele templo, ou mesmo quando seu Orixá exigia feitura, os zeladores tinham por hábito realizar esta como uma primeira obrigação, para daí então estudar a pessoa. ver se ela realmente tinha amor e dedicação para com os Orixás, e até mesmo para se certificarem de que era realmente sua casa e sua mão que aquele santo desejava, e não apenas uma empolgação material ou espiritual. Agiam assim, pois que, nesta época não existia o fato de uma pessoa fazer santo com um e tomar obrigações com outro, provocando um rodízio ridículo mas roças de santo como as que se vê hoje em dia. Para uma pessoa se iniciar, existia todo um processo de identificação dele com a casa e vice-versa; Era uma época em que a fidelidade de um iniciado era levado a sério, assim como a do sacerdote com relação a seus iniciados. E o Obi, era justamente a obrigação que funcionava como uma espécie de flerte, vulgarmente comparando, evitando constrangimentos futuros.

Hoje em dia, parece que esta fidelidade simplesmente evaporou-se com a fumaça dos defumadores, pois que uma pessoa se inicia em uma casa e quando desencarna, traz uma longa passagem de terreiro em terreiro. Claro que ainda existem aqueles que prezam a fidelidade, mas são bem poucos nos tempos atuais.

Ser um iniciado é antes de tudo sermos fiéis a mão que alimenta nosso Orixá, nosso anjo da guarda, assim como ele é fiel a nosso zelador. Pertencermos ao axé orixá é antes de tudo sermos humildes, desprovidos de arrogância e soberba, é seguirmos nosso destino na certeza de que um ser tão puro e iluminado se dedica a zelar por nós e nossa vida.



Bori




Bori



Da fusão da palavra Bó, que em Iorubá significa oferenda, com Ori, que quer dizer cabeça, surge o termo Bori, quer literalmente significa - "oferenda à cabeça". Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode-se afirmar que o Bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu Bori é Iésè Órisá).

Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu Ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido as suas próprias potencialidades. Odu é o caminho pelo qual se chega à plena realização de Ori, portanto não se pode cobiçar as conquistas dos outros. Cada um, como ensina Orunmilá - Ifá, deve ser grande no seu próprio caminho, pois, embora se escolha o Ori, antes de nascer na terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.

Exú, por exemplo, mostra=nos a encruzilhada, ou sejam revela que temos vários caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajetória mais adequada é a tarefa que cabe a cada Ori, por isso, o equilíbrio e a clareza são fundamentais na hora da decisão e é por intermédio do Bori que tudo é adquirido.

Os mais antigos souberam que Ajalá é o Orixá funfum responsável pela criação do Ori. Desta forma, ensinaram-nos que Oxalá deve ser sempre evocado na cerimônia do Bori. Iemanjá é a mãe da individualidade, e por essa razão está diretamente relacionada com Ori, sendo responsável a sua participação no ritual.

A própria cabeça é a síntese dos caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabam, muitas vezes, configurando-se como sinônimos) começam no Ori, que ao mesmo tempo, aponta para as quatro direções:

OJUORI - A Testa

ICOCO ORI - A Nuca

OPA OTUM - O Lado Direito

OPA OSSI - O Lado Esquerdo


Desta forma, a terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, leste e oeste; o centro é a referência, logo, todas as pessoas se devem colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os quatro pontos cardeais: os caminhos a escolher e a seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.


Ma África Ori é considerado um Deus, aliás, o primeiro que deve ser cultuado, mas é também, juntamente com o sopro da vida (emi) e o organismo (ese), um conceito fundamental para compreender os rituais relacionados com a vida, como o Axexê (asesé). Nota-se a importância destes elementos, sobretudo o Ori, pelos Orikis com que são invocados.


O Bori prepara a cabeça para que o Orixá se possa manifestar plenamente. Entre as oferendas que são feitas ao Ori algumas merecem uma menção especial. É o caso da galinha de Angola, chamada Etun ou Konkén no Candomblé; ela é o maior símbolo de individualização e representa a própria iniciação. A Konkén é adoxu (adosú). ou seja, é feita nos mistérios do Orixá. Ela já nasce com Exú, por isso se relaciona com o começo e com o fim, com a vida e a morte, por isso está no Bori e no Axexê.


O peixe representa as potencialidades, pois a imensidão do oceano, é a sua casa e a liberdade o seu próprio caminho. As comidas brancas, principalmente os grãos, evocam fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação e frutas, os produtos da flor germinada, simbolizam a fartura e a riqueza.


O pombo branco é o maior símbolo do poder criador, portanto não pode faltar. A noz cola, isto é, o Obi é sempre o primeiro alimento oferecido a Ori; é a boa semente que se planta e se espera que dê bons frutos.


Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, saúde, tranquilidade, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade, mas cabe ao Ori de cada um eleger as prioridades e, uma vez cultuado como deve ser, proporciona-as aos seus filhos.


domingo, 17 de junho de 2012

PUPA - O ÓLEO DE DENDÊ - EPO




O dendezeiro veio da África, mas naturalizou-se brasileiro. Entrou no Brasil como mercadoria, não foi trazido pelos cativos, ou por causa deles. Sendo uma palmeira de origem tropical, adaptou-se perfeitamente ao nosso clima. Cada palmeira atinge a altura entre 15 e 30 metros de altura, começando a produzir a partir dos 6 anos. Aqui cresce espontaneamente e dando dois tipos de óleo, e não azeite, já que não é extraído da azeitona.

É o segundo óleo vegetal mais usado no mundo, só perdendo para o óleo de soja. O fruto laranja-avermelhado, entre os cabindas, é denominado ndende, entre os Yorubás, eyin, e o tipo de óleo da parte externa carnuda, é chamado de epo pupa, óleo vermelho. Da mesma forma, o óleo extraído do caroço que precisa ser quebrado, é denominado de àdin.
Outro elemento é o vinho de palma, extraído do tronco da palmeira. Tem um gosto doce, tornando-se ligeiramente azedo por fermentação e bastante alcoolizado. Entre os cabindas é denominado de malafu, e os Yorubás de emu.


Utilização nos Candomblés


É de grande utilidade em todos os setores de uma casa de candomblé. O óleo de cor avermelhada - epo - é considerado o sangue vegetal e é axé de realização. mas é interditado o seu uso, pela cor, aos Orixás brancos. O esbranquiçado da amêndoa - àdin - é a principal quizila de Exú.


O dendê permite moderar e suavizar situações sendo usado principalmente para divindades que se caracterizam pela luta como Xangô, Ogum, Iansã e Exú. Para as Iyámi, é oferecido como forma de substituição do èjè. Juntamente con o mel e o sal, o dendê é usado como tempero nos ritos de oferendas. O dendê também entra na relação de coisas proibidas. Após às 18 horas é denominado de omi pupa, água vermelha.

As Folhas do Dendezeiro

São colhidas sempre as folhas do alto da palmeira, para serem desfiadas e colocadas no alto das portas e janelas, recebendo então o nome de màrìwò. Representam a marca do pacto que Ogum faz com as casas de candomblé que ficam sob sua proteção, conforme é citado no Odu Okaran.

Das nervuras do dendezeiro são feitos o xaxará de Omulu e o ibiri de Nanã, atadas com tiras de couro, e utilizadas nas danças rituais, além de serem utilizadas na pintura de Iyawo. Os coquinhos sem a polpa externa, quando utilizados na prática do jogo de Ifá, são denominados de ikin, Em número de 16, devem possuir 4 pequenos orifícios, representando os olhos de Ifá. Enquanto dois dormem, os outros permanecem em constante vigília,

Em tudo o que se faz numa casa de candomblé, há sempre uma consciência divina. Vegetações, o poço encantado, árvores especiais abraçadas em seu tronco por tecidos e laços bem destacados ao lado das oferendas. É nesse ambiente que se produz a intimidade com as divindades e onde se protege e garante a vida e o bem estar de um povo.

sábado, 16 de junho de 2012

Exú não é Diabo



Exú não é diabo.


Exú é o primeiro nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado. Mensageiro dos Orixás, elemento de ligação entre as divindades e os homens, a um tempo mais próximo do mundo e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Orunmilá, é um Orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos durante os rituais. Coerente com seu lugar mítico privilegiado, é ele que abre esse "corpus mitopoético" princípio dinâmico da existência individualizada, Exú não pode ser isolado ou classificado em nenhuma das categorias. Ele é como o axé (que ele representa e transporta), participa forçosamente de tudo.


Segundo o Ifá, cada um tem seu próprio Exú e seu próprio Olorum em seu corpo. O nome de Exú é conhecido, invocado e cultuado junto ao Orixá e é Ifá quem revela e permite-nos sabê-lo.


Exú não é diabo. A crença relacionada a esta divindade está ligada a um personagem criado por algumas religiões para personificar o mal que é chamado de diabo. O fato é que muitas vezes o que se diz que é mal, são funções naturais do ser humano.


O sexo faz parte da natureza de todo ser vivo, e algumas religiões ainda hoje pregam que o único objetivo do sexo é a procriação - daí serem contra o uso de preservativos, favorecendo desta forma a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis.


Hoje, diversas autoridades pregam que o ser humano tem necessidade de prazer, e está cientificamente comprovado que o indivíduo que tem uma vida sexual saudável, vive mais e melhor. Sexo bem feito também é qualidade de vida, e Exú é exatamente isso. Todas as divindades dominam determinada área da vida humana. Exú domina a área mais ligada a questões materiais, o prazer, o gozo, o trabalho e também a procriação. Por isso de forma equivocada e também oportunista, foi chamado de diabo.


Oportunista porque nos ritos do Candomblé tratamos o indivíduo como um todo (saúde, trabalho, família, espírito, sexo), portanto Exú estará sempre muito presente dentro desses ritos, pois não podemos separar o homem espiritual da sua realidade material. Ninguém vive bem se reza e não come, se reza e não ama, se reza e não trabalha, se reza e não tem uma vida em comunidade. Dentro dos ritos afro brasileiros, Exú tem um papel importante e sempre será cultuado, por isso nos acusam de cultuar o diabo.


Infelizmente até muitos de nossos irmãos espíritas acabam tratando assim, de forma equivocada, esta entidade maravilhosa como sendo o diabo. Quantas vezes já ouvimos alguém dizer que tem um diabo que mostra as coisas, que tem um diabo que o cutuca? As divindades se esforçam para mostrar as coisas aos seus filhos, dão intuição e são chamadas de diabo.


Diabo não existe. Foi criado para causar culpa nos homens, e desta forma fazer com que eles buscassem a Deus (nos templos das religiões que criaram tal personagem). As divindades e entidades que cultuamos são reais. Este personagem criado por homens não faz parte de nossos preceitos.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Obrigado Orixá



Padre Bartolomeu de Lãs Casas e o Sincronismo Religioso



Sincretismo Religioso




O Padre Bartolomeu de Lãs Casas, levado pela piedosa intenção de preservar as vidas dos índios caraíbas, tentativa, aliás, sem resultados, desempenhou, no século XVI, o papel de instigador do tráfico transatlântico de negros. Aliás, esse
tráfico África, Europa já existia há bastante tempo. Espanha e Portugal abasteciam-se, ainda que modestamente, de escravos mouros e negros barbarescos do norte da África, ao longo da costa do Atlântico. 

Os países barbarescos do norte da África faziam precisamente mesmo, capturando os infiéis, neste caso os cristãos, e colocando esses cães a remar nos bancos das suas galeras. Em contrapartida, os porões da galera estavam repletos de mouros.


Mas, voltando aos santos do paraíso católico, é certo que eles ajudaram os escravos a lograr e a despistar os seus senhores sobre a natureza das danças que estavam autorizados a realizar, aos domingos, quando se reagrupavam em batuques por nações de origem. Em 1758, o Conde dos Arcos, sétimo vice-rei do Brasil, mostrava-se partidário de distrações dessa natureza, não por espírito
filantrópico, mas por julgar útil que os escravos guardassem a lembrança de suas origens e não esquecessem os sentimentos de aversão recíproca que os levaram a se guerrear em terras da África.


Assim divididos, eles não se arriscariam a um levante em conjunto, como iriam faze-lo cinqüenta anos mais tarde contra os seus senhores. Estes últimos, vendo os seus escravos dançarem de acordo com os seus hábitos e cantarem nas suas próprias línguas, julgavam não haver ali senão divertimentos de negros nostálgicos. Na realidade, não desconfiavam que o que eles cantavam, no decorrer de tais reuniões, eram preces e louvações a seus orixás, a seus vodun, a seus inkissi. Quando precisam justificar o sentido dos seus cantos, os escravos declaravam que louvavam, nas suas línguas, os santos do paraíso. Na verdade, o que eles pediam era ajuda e proteção aos seus próprios deuses.


Não se pode afirmar que já se tratava de sincretismo entre os deuses da África, por um lado, e os santos católicos, por outro, pois, no século XVIII, as características das divindades africanas eram ainda desconhecidas dos senhores e do clero português, enquanto os escravos não podiam também
conhecer os detalhes da vida dos santos.


As primeiras menções às religiões africanas no Brasil são de 160, por ocasião das pesquisas do Santo Oficio da Inquisição, quando Sebastião Barreto denunciava o costume que tinham os negros, na Bahia, de matar animais, quando de luto... Para lavar-se no sangue, dizendo que a alma, então, deixava o corpo para subir ao céu. Por volta da Costa da Mina que fazia bailes às escondidas, com uma preta mestra e com altar de ídolos, adorando bodes vivos, untando seus corpos com diversos óleos, sangue de galo e dando a comer bolos de milho depois de diversas bênçãos supersticiosas...


É difícil precisar o momento exato em que esse sincretismo se estabeleceu. Parece ter-se baseado, de maneira geral, sobre detalhes das estampas religiosas que poderiam lembrar certas características dos deuses africanos.


Pode parecer estranho, à primeira vista, que Xangô, deus do trovão, violento e viril tenha sido comparado a São Jerônimo, representado por um ancião calvo e inclinado sobre velhos livros, mas que é freqüentemente acompanhado, em suas imagens, por um leão docilmente deitado a seus pés. E como o leão é um dos símbolos de realeza entre os iorubás, são Jerônimo foi comparado a Xangô, o
terceiro soberano dessa nação.


A aproximação entre Obaluaê e São Lázaro é mais evidente, pois o primeiro é o deus da varíola e o corpo do segundo é representado coberto de feridas e abscessos.


Iemanjá, mãe de numerosos outros orixás, foi sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, e Nanã Buruku, a mais idosa das divindades das águas, foi comparada a Sant´Ana, mãe da Virgem Maria.


Oiá-Iansã, primeira mulher de Xangô, ligada às tempestades e aos relâmpagos, foi identificada com


Santa Bárbara. Segundo a lenda, o pai dessa santa sacrificou-a devido à sua conversão ao cristianismo, sendo ele próprio, logo em seguida, atingido por um raio e reduzir a cinzas.


A relação entre o Senhor do Bonfim e Oxalá, divindade da criação, é mais dificilmente explicável, a não ser pelo imenso respeito e amor que ambos inspiram.


Na Bahia, São Jorge é identificado com Oxóssi, deus dos caçadores, mas, no Rio de Janeiro, é ligado a Ogum, deus da guerra, o eu é compreensível em relação aos dois orixás, pois São Jorge é apresentado nas gravuras como um valente cavaleiro, vestido em brilhante armadura, montado sobre um cavalo ricamente ajaezado em ferro, que bate no chão com as patas e caracola. Armado com uma lança, São Jorge da Capadócia Mata um dragão enfurecido, caça predileta do deus dos caçadores.



Para maior satisfação do deus dos guerreiros, no Rio de Janeiro, desde os tempos do Império, São Jorge aparecia nas procissões montado num cavalo branco, com honras de coronel e recebendo as continências da tropa à sua passagem. Na Bahia, porém, é com Santo Antônio que Ogum vai ser sincretizado.


Esta aproximação entre Ogum, deus da guerra, e Santo Antônio parece surpreendente, pois o santo é geralmente representado com uma aparência suave e atraente, trazendo uma flor-de-lis na mão e carregando, em seus braços, o Menino Jesus. Foi, no entanto, cognominado o martelador dos
heréticos por causa da extrema violência verbal que usava para fustigar os maus pensadores e os monges sacrílegos. A chave do mistério dessa estranha associação nos é dada nas recordações das viagens feitas, em 1839, por Daniel P. Kidder: Uma frota o escrevia, comandado por luteranos, deixou a Franças em 1595, com a intenção de conquistar a Bahia. 

No caminho, os protestantes atacaram Argoim, uma ilhota ao largo da costa da África, pertencente aos portugueses, e, depois de se atirarem ao saque e à destruição, levaram entre outras coisas uma imagem de Santo Antônio. Logo que prosseguiram viagem, foram atacados por uma forte tempestade, o que causou a perda de vários navios. Os que escaparam à tormenta foram acometidos pela peste, e durante essa provação, por ódio ao catolicismo, jogaram a imagem no mar, após terem-na mutilado com golpes de facão. O navio que transportava chegou a um porto de Sergipe, onde todos os que estavam a bordo foram presos.


Mandados para a Bahia, a primeira coisa que viram na praia foi à imagem que tanto haviam maltratado... Os frades franciscanos levaram-na, em solene procissão, para o seu convento... Mas os frades, malsatisfeitos com a aparência velha e feia da imagem, substituíram-na por outra imagem, mais pomposa e elegante e que foi batizada com o mesmo, tendo, em princípio, herdado sua
virtudes... Santo Antônio foi alistado, como soldado, no Forte da Barra, que tem o seu nome. Como soldado, recebeu regularmente o soldo até que foi promovido ao posto de capitão, em 16 de julho de 1705, pelo governador Rodrigo da Costa. 

 A Cópia da ordem, dada por aquele governador, está publicada no livro de Kidder e determina que o procurador do convento está autorizado a receber o montante deste soldo de capitão. Durante a última guerra mundial, Santo Antônio foi promovido a major. Os franciscanos da Bahia conservam o uniforme de gala oferecido por uma rica devota. Debret relata as horárias militares concedidas a santo Antônio nas diferentes províncias do Brasil. Fala,
talvez com exagero, do seu título de marechal dos exércitos do rei João VI e de comendador da Ordem de Cristo na Bahia, de coronel e grã-cruz da Ordem de cristo no Rio de Janeiro, ou mesmo, mais modestamente, de simples cavalheiro de cristo no Rio Grande.

Ao que parece, certos membros do clero católico julgaram conveniente favorecer esse sincretismo, como o Padre Boucher havia sugerido, na própria África, ao descrever a estátua da Iangbá, mulher de Oxalá, nos seguintes termos: esta deusa que muito se parece com a Santa Virgem, pois tanto uma
como a outra salvaram os homens.


Os santos católicos, ao se aproximarem dos deuses africanos, tornavam-se mais compreensíveis e familiares aos recém-convertidos. É difícil saber se essa tentativa contribuiu efetivamente para converter os africanos, ou se ela os encorajou na utilização dos santos para dissimular as suas verdadeiras crenças. É o que Nina Rodrigues indagava em 1890, numa época em que o sincretismo
entre orixás e santos católicos ainda estava em formação e onde a equivalência entre eles era flutuante e variável de acordo com os terreiros. 


 Existia ainda, na época, a tendência de se identificar Xangô com Santa Bárbara, como se vê até hoje em Cuba, apesar da diferença de sexo, pois o argumento das relações com o trovão parecia dominar. Nina Rodrigues escrevia, então: Aqui na Bahia, como em  todas as missões de catequese dos negros africanos, seja ele católico, protestante ou maometano, longe de o negro converter-se ao catolicismo, protestantismo ou ao islamismo, acontece, ao contrário influenciá-los com seu fetichismo e adapta-los ao animismo do negro.


Basta, para compreender o fenômeno, assistir aos serviços divinos nos templos protestantes do Harlem, em Nova York, ou mesmo na África, aos cultos de numerosas seitas mais ou menos sincréticas, como a dos querubins e Serafim, onde os fiéis são visitados e possuídos, violentamente algumas vezes, pelo Espírito Santo.


Nos candomblés, as duas religiões permanecem separadas, e Nina Rodrigues constatava que, em fins do último século, a conversão religiosa não fez mais que justapor as exterioridades muito mal compreendidas do culto católico às suas crenças e práticas fetichistas que em nada se modificaram.

Concebem os seus santos ou orixás e os santos católicos como de categoria igual, embora perfeitamente distintos.


Os africanos escravizados se declaravam e aparentavam convertidos ao catolicismo; as práticas fetichistas puderam manter-se entre eles até hoje quase tão estremes de mescla como na África.


Depois, as viagens constantes para a África com navegação e relações comerciais diretas...


Facilitaram a reimportação de crenças e práticas, porventura um momento esquecido ou adulterado.


Com o passar do tempo, com a participação de descendentes de africanos e de mulatos cada vez mais numerosa, educada num igual respeito pelas duas religiões, tornaram-se eles tão sinceramente católicos quando vão à igreja, como ligados às tradições africanas, quando participam, zelosamente, das cerimônias de candomblé.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Os Odus





Odus são presságios, são destinos, predestinações. A palavra Odu por si mesmo quer dizer caminho é o destino, é aquilo que a pessoa traz ao mundo quando nasce e é o que vai regê-la por toda a vida. Cada pessoa traz o um Odu de origem, são eles que trazem a inteligência a cada criatura do universo e cada um deles tem a sua característica própria.

O odu é como um signo, é uma marca que a pessoa traz de acordo com tudo aquilo que ela faz de bem ou de mal através de todas as encarnações que ela teve através do seu registro arcático.Signo quer dizer marca e Odu também é uma marca. A pessoa tem todo um arquétipo do filho daquele Odu. É bem diferente de signo porque não se tem uma data certa, porque na África não existia calendário. Os odus são os principais responsáveis pelo destino do homem e do mundo que os cerca e cad odu possui um nome e uma característica própria que dividem os caminhos e onde está atado ao seminúmero de muitos conhecimentos nos etano de Ifá.

Os Orixás não mudam o destino da pessoa e nem da vida, e sim executam funções dentro da natureza, liberando energia para que todos possam se alimentar e viver.

O Odu é o caminho. O Odu é o destino. O Odu é a existência o qual o Orixá e todos os seres que estão inseridos existem. Todo mundo já escutou a seguinte frase: “com o destino não se brinca”. Isso porque a sua vida é o Odu, que quer dizer o destino, carma, existência. O Odu é que dá caminho, o Odu é que traz.

Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um destino alheio ao seu destino estabelecido e quando isso acontece, dizemos que esta pessoa está com o Odu negativo, pois nós temos o Odu positivo e o Odu negativo, ou seja, o seu destino, a sua conduta foge as regras siderais que estão predestinadas, seguir a um caminho negativo dentro do estabelecido, então alguma coisa tem que se fazer.

Quando nascemos, somos regidos pelo Odu do Ori, que quer dizer cabeça, este Odu é que representa o nosso eu, aquilo que está dentro da gente assim como o Odu que vai traçar o nosso destino. Então o Odu da nossa cabeça é que nos guia no dia a dia para a gente vencer o nosso caminho, e cada Odu tem uma quantidade de caminhos, porque afinal de contas, ele fala de tudo na vida. Fala dos sentimentos, do futuro, do presente, das doenças, da conduta da pessoa, o que pode ser evitado, o que a pessoa deve comer no decorrer da sua vida e o que não deve comer para evitar percas e também para que não chame para cima de si, coisas negativas, energias negativas.

O Odu fala até da própria fecundação da terra, ele começa com a própria criação da terra que são os 16 Odus principais. Tudo para o afro existe os dois lados. É o perfeito equilíbrio. Temos a mão direita, temos a mão esquerda, temos o dia e temos a noite, e dentro d nossa vida, nós também não podemos só ganhar, também temos a nossa fase ou de perca ou de parar. Então justamente todo e qualquer Odu, ele tem um lado que vem trazendo boas novas, como também tem o outro lado que vem pressagiando problemas, é quando as pessoas falam: “O Odu está negativo, o Odu está ruim”. Não! Ele tem as fases dele. Todo Odu tem os dois lados: positivo e negativo.

Existem muitas lendas de como nasceram os Odus, porém a mais bonita dizia que Ifá era mudo até a sua juventude, e o pai de Ifá aconselhado por alguns sacerdotes que existiam naquele tempo fizeram com que o pai dele desse com o bastão na cabeça de Ifá e tanto esse bastão foi dado na cabeça de Ifá que ele começou a falar as palavras e cada palavra era um Odu e assim foram saindo os Odus principais.

Como já vimos, existem os 16 Odus principais que depois de desmembrados, vai dar 256 Odus, que com mais desmembramentos vai dar mil e poucos odus. É todo um universo e a pessoa leva mais ou menos dois anos de estudo para que possa ter um conhecimento quase que total, pois existe a conjunção de um Odu com outro, aonde vai começar ser os desmembramentos. Por exemplo, o de Ossá, Ossadi, etc.

As energias associadas aos Odus baseiam-se no que a pessoa herdou por parte dos antepassados, a relação dela com os elementos água, terra, fogo e ar e vários outros cont6extos psicológicos, espirituais, físicos e mentais.

Quando se trabalha com odu, não precisa de qualidade de santo, porque se percebe as características, as diferenças do comportamento do Orixá, através dos caminhos daquele odu. Por isso que não há necessidade de qualidade de santo. Quem trabalha com odu, tem um território muito maior, porque existem sessenta e cinco mil e tantos odus, então se consegue perceber o posicionamento da qualidade, porque o problema da qualidade não é o nome em si, o problema da qualidade é quando se coloca um santo para comer com outro sem conhecer os fundamentos correto de um santo com outro e aí acaba se criando misturas e combinações que são complicadas.


Odu e Carma.



É muito comum a pessoa confundir esses dois pontos, como se o odu da pessoa estivesse inserido no carma. Carma é a lei de ação e reação. Se você faz uma coisa, seja ela boa ou ruim, você vai ter resposta daquilo na sua vida. O carma, ele não é necessariamente uma coisa ruim, porque se você tem uma boa ação, se você faz a ação correta para a sua vida, o retorno dessa ação correta vai ser positivo para você. Então o carma é simplesmente isso, a lei de ação e reação. Já os odus são os caminhos do destino de uma pessoa associada as suas energias particulares. As suas energias que se baseiam no que ela herdou por parte dos antepassados, a relação dela com os elementos água, terra, fogo e ar e vários outros contextos psicológicos, espirituais, físicos e mentais. O Odu, ele pode superar o carma na medida em que o odu possa lhe ensinar qual á e a sua ação correta.

A magia do Odu é importante porque através do conhecimento dos odus, você pode saber direitinho o que você deve fazer na sua vida para ter um resultado positivo. Aí o carma passa a agir a seu favor. Por isso carma é uma coisa e odu é outra completamente diferente. O odu é a consciência do seu carma. È a consciência da sua energia e você vai aplicando isso com consciência, com sabedoria você pode burlar o carma.

O Odu pode superar o carma na medida em que o Odu possa lhe ensinar qual é a sua ação correta. A magia do Odu é importante, porque através do conhecimento dos Odus, você pode saber o que deve fazer na sua vida para ter um resultado positivo. Aí, o carma que é a lei de ação e reação passa a agir a seu favor. O Odu é a consciência do seu carma. É a consciência da sua energia e aplicando isso com consciência e com sabedoria pode se burlar o carma.



Os 16 Odus




1. OKANRAN-MEJI - a disciplina e teimosia 

Regente: Exú

Pessoas com esse Odu são inteligentes, versáteis e passionais, com enorme potencial para a magia. Seu temperamento explosivo faz com que raras vezes atuem com a razão. Têm sorte nos negócios. No amor, extremamente sedutoras, são muito inconstantes e mentem com facilidade. As mulheres têm como ponto vulnerável o útero.

Okaran é o primeiro odu, é ligado ao elemento fogo. É o odu do movimento, do barulho, do alvoroço, de criações tumultuadas; é quente, nervoso. É um odu muito perigoso, vulgarmente falando, surpresas desagradáveis.

É diabólico em seus objetivos. Foi criado para se insubordinar e fazer insubordinar-se. É o odu da variação das coisas, dos envolvimentos rápidos e impossíveis, é a vista estranha, é o aprofundamento nos relacionamentos, explora potencialidade, investiga e procura desfazer bloqueios.

Cuidado se ele estiver negativo, pois Okaran é tudo e é nada, de acordo com a sua vontade, é um nó, é a certeza seja ela qual for. É bom e é o péssimo de cada uma das coisas regidas por ele.

A Okaran é atribuído o barulho dos sons. A sua influência pode ser extremamente pesada, seus objetivos são bastante variáveis e a ligação dos seres na terra com ele, devem ser cautelosa para que o positivo não se transforme em negativo, às vezes, a pessoa está com o odu positivo e quando menos se espera, na mesa de jogo ele cai negativo.
Costuma-se dizer que não se deve pronunciar o nome de Okaran, dentro de casa para não atrair problemas para a vida pessoal.

Okaran rege com coisas desastrosas, confusões, acidentes, guerras, morte, doenças fatais, as quais não se podem nem revelar, prisão, roubo, ruína, perda, prejuízos, fofocas e tudo de negativo, caminhos fechados e ruins.

Exú comanda este odu. Os nativos deste odu são desconfiados, gostam de ficar sozinhos, são muito pensativos e altamente preguiçosos. Tem uma proteção muito grande, por isso, feitiço é coisa difícil de cair sobre suas cabeças, mas se tratando de trabalhos feitos com eguns, aí sim, são mais vulneráveis. Quando fazem algo por alguém, podem esquecer reconhecimento, pois coisa que normalmente não terão. Amigos em suas vidas é coisa muito rara, pois tem dificuldades em se relacionar com as pessoas. Senhores da razão e da vaidade. Trabalhar só se for por conta própria, ser empregado dos outros, nem pensar! Pessoas desse odu não devem manipular cipós, comer peixes defumados ou trabalhar com a árvore sagrada Iroko. O lado negativo: são vingativos, arrogantes e preguiçosos. O lado positivo: São prósperos, amigos e excelentes empresários.
Representa a magia boa e má, maus presságios. Significa roubo, ambição, discussão, inimizade, trabalhos feitos, perdas de negócios e ruínas, susto, prisão. A pessoa sente dificuldade de realizar seus negócios, resultados de trabalhos feitos por inimigos invejosos. Terão que ser tiradas as perturbações para que Exú trabalhe em sua defesa.

O dia de sorte é segunda-feira.



2. EJIOKO-MEJI - a incerteza e a indecisão


Regente: Ogum/Ibejis



Ejiokô é um odu que tem uma característica ligada as forças das águas. Os melhores rituais feitos para ele, devem ser à beira de um lago, à beira de um rio ou de uma cachoeira. Este odu é do encontro a dois, casamento ou convivência conjugal, tendência para grandes triunfos, felicidade inesperada, produtividade profissional, expansão nos relacionamentos, parcerias pessoais e profissionais. Evoluir é a grande obra. Este odu significa muita curiosidade, surpresas boas, notícias e gravidez, mas também pode indicar dificuldade, mal entendido, inquietações, rivalidades, brigas entre pessoas da família, propensa a grandes ilusões, inimigos ocultos impedem o progresso, poderá também perder tudo se estiver negativo: amor, amizade, saúde, etc.
Ejiokô é um odu cuja criação é de calma aparente, carrega consigo a dúvida e a incerteza, o pensamento indefinido. Foi criado para duvidar e fazer duvidar de tudo que existe e que foi criado. É o odu do questionamento que discute boas e más formas de comportamento dos seres vivos. A Ejiokô é atribuída a discussão sobre a melhor forma de proceder e sobre a forma que algo terá, se for grande, pequeno, largo, estreito, forte e fraco.
Ejiokô rege como todos os odus por sinal, cabeças humanas e de alguns animais, vegetais, como por exemplo, pássaros, ervas de rápida metamorfose, e entre elas outras coisas.
Indica grandes confusões, prisão, brigas, complicações com a justiça, crimes.

Pessoas com personalidades fortes e objetivos fortes, franqueza, sinceridade, não aceita falsidade, ciúmes, espírito de luta, geralmente são criaturas tensas e nervosas. Não se preocupam com as lutas e sacrifícios que terão que enfrentar para conquistar o que desejam. Tendências para jogos, bebidas e casos amorosos. Ótimos como amigos, terríveis como inimigos.
Pessoas com esse ODU são intuitivas, joviais, sinceras e honestas. Revelam grande combatividade, mas não sabem conviver com derrota. Apesar de volúveis no amor, são muito ciumentas. Devem controlar obstinação e ter cuidado com a vesícula e com o fígado, seus pontos vulneráveis.





3. ETAOGUNDÁ-MEJI - a perseverança e a obstinação.

Regente: Obaluaiê/Ogum



É um Odu conhecido pela obstinação, pela luta, pela agitação, pela adoração ao vitorioso, pela aplicação prática da criatividade, pela dedicação ao trabalho, pela capacidade de produção e realização. Na discussão nasce a tragédia. Cuidado! Este Odu indica muitas brigas em família, traições, descrenças, desordem, acusação, desastre, desacordo e rivalidade. Todos que tem este odu deve se cuidar se ele estiver negativo, pois estará sempre em dificuldade nos negócios, nos trabalhos e também nos envolvimentos com a justiça, com situações bem difíceis, bem desagradáveis para resolver, mas estando positivo em pouco tempo poderá mudar e ter ajuda inesperada. Com esforço terá lucro e com razão vencerá todos os obstáculos.

Etaogundá é a definição das situações vitoriosas. Ele é atribuído exatamente a isso, à vitória, a discussão, o trabalho solitário ou em conjunto, a definição das coisas. O Odu Etaogundá rege o trabalho, a confecção de qualquer coisa e além de muitas cabeças, rege as árvores frondosas, animais poderosos como o tigre e o leão.

Este Odu é um dos mais perigosos, pois contém a ira do Orixá Ogum. Os nascidos sobre este Odu são pessoas conscientes que sem força de vontade não obterão sucesso (pois lutam a vida inteira pelos seus objetivos). Vivem passando por cortes, separações e traições. Cansam de lutar, desiste rapidamente dos seus intentos. Tem que tomar muito cuidado com as pragas que rogam, pois pegam horrivelmente. É bom lembrar que Olodumarê não dorme, portanto, tendem proferir boas palavras no lugar das pragas. Seus nativos devem se dedicar muito ao culto de Orixás, para que tenham uma vida com poucas atribuições e alcancem sucesso.

Os nativos desse Odu não devem beber bebida alcoólica, comer inhame, manga espada e galo, e não devem transportar armas brancas e de fogo. Geralmente vivem perturbadas, destruição e morte na família, demandas e trabalhos feitos no cemitério e outros locais negativos.

Significa também paixão por amor impossível e sonhos impossíveis de se realizar, sonhos que jamais se realizarão. Não é aconselhável assinar papéis. É interessante gritar em cima do Orixá, pois pode está pedindo Obori à cabeça.

O lado positivo é que são corajosos e usam muito a razão. O dia de sorte é a terça-feira; a cor é azulão ou verde escuro e a pedra é a safira.

Ogum fala nesse odu, que representa a espada da lei e é o senhor da batalha. Consulte suas forças para não recuar, mas destruir os obstáculos e o mau com o bem. O consulente está sob as vistas do Orixá e este pode lhe dá proteção.

O consulente está lutando com dificuldades para realizar um grande projeto, mas precisa ter calma, caso contrário sofrerá certas conseqüências e prejuízos. Cuidado com a doença e a decepção. Este odu fala em prisão, brigas, papéis, casos de justiça, mas vencerá os maiores obstáculos com a razão. Significa também doenças, paixões, suicídio, mas traz também herança ao consulente.

Pessoas com esse ODU em geral vêem seus esforços recompensados. Costumam vencer na política e conseguem obter grandes lucros nos negócios, particularmente nas atividades agrícolas, mas podem sofrer desilusões no amor e traições dos amigos. Emocionalmente inconstantes, estão propensas a ter problemas espirituais e físicos, embora na maioria dos casos consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença. Seus pontos vulneráveis são os rins, as pernas e os braços.





4. IOROSSUN-MEJI - a tranqüilidade 

Regente: Iemanjá/Oxóssi/Iansã/Egum


Todo mundo que tem o odu quatro na cabeça traz caminho de Abicu. São pessoas que tem a cabeça perigosa, são pessoas que tem que procurar saber o que tem que fazer.
Pessoas com esse ODU são generosas, sinceras, sensíveis, intuitivas e místicas. Têm grande habilidade manual e podem alcançar sucesso na área de vendas. Entre os aspectos negativos estão a tendência a sofrer traições amorosas e a propensão a acidentes. Muitas vezes são vítimas de calúnias e da perseguição dos seus inimigos. Também precisam cuidar da alimentação, pois seu ponto vulnerável é o estomago.

Quando positivo, traz brilhante futuro, e uma essência que emana sua riqueza e sua potência.

Este odu é o quarto no jogo de búzios (Oyó Ifá) e o quinto na ordem de chegada no sistema de Ifá (Opele Ifá), onde é conhecido pelo mesmo nome. Fala de casos amorosos com separação, maldade, miséria, problemas de egum (antepassados), fala de Abicu, diz que se não tratado, a vida de seus Omos (filhos) não caminha.

A fecundação deste Odu: Obatalá (rei do pano branco) pediu auxílio a Isele. Mas uma vez mandou a mesmo que raspasse uma madeira de cor avermelhada para retirar um pó de nome Ossum. Pediu que cravasse na ponta de cada lança uma cabaça grande. Coloca-se dentro de cada uma das cabaças um pouco daquele pó com pedaços de pano vermelho e quatro argolas de cobre, assim nasceu o Odu Yorossum, nascido, porém sem pecado original, sem ato sexual. O lado positivo deste odu pode indicar: Vitória pelo esforço despendido, conformação, trabalho que surge, início de uma nova empresa, peregrinação religiosa, conquista de bens de pouco valor, mas que irão trazer satisfação, obtenção de recursos suficientes para satisfazer as necessidades, sorte no jogo, alegrias em ambiente familiar, uma paixão repentina, futuro brilhante, etc.

O lado negativo pode indicar ofensas, calúnias, perigo de acidentes, derramamento de sangue, homem que deve ser evitado, mulher perigosa e faladeira, notícias ruins, doenças em casa ou na família, recursos insuficientes, etc.

. É o odu da imaginação, do choro, da dificuldade na vida. São pessoas que não podem perder, porque quando perdem é um problema muito difícil de se recuperar. São pessoas com cargo de santo e que possuem características que trazem problemas espirituais, são pessoas muito teimosas e ficam muito em dúvida quando tem que tomar uma decisão séria, são pessoas indecisas, inseguras e tudo o que começam a fazer, param sem chegar ao seu objetivo, traição, difamação, calúnia, ciladas armadas.

Este odu significa muita falsidade: há falsidade dentro da própria família, falsidade dentro de casa, é cercado de falsos amigos, ingratidão, indiferença. É necessário ter cuidado com a saúde, pois são sujeitos a doenças passageiras, problemas nos olhos que poderá vir em acidente com recuperação muito difícil. Pessoas deste odu deverão ter muito cuidado com feitiços que poderão deixar no leito pro resto da vida. É muito perigoso mexer numa pessoa que tem Iorossum na cabeça, por elas terem caminho de abicu e por terem cargo de santo. As pessoas deste odu não podem errar, pois se errar, o erro pode ser fatal. São pessoas muito protegidas por Xangô e Oxalá

Iorossum abre o jogo com quatro búzios fechados e doze búzios abertos. Quando Iorossum sai na cabeça, ou nos pés ou do lado esquerdo, ele está trazendo perdas, problemas com eguns e grandes dúvidas em matéria de negócios, a pessoa deve tomar cuidado com a decisão que vai tomar, com aquilo que vai fazer para não se afundar.

Se Odi sair antes haverá notícias de morte e se sair depois o consulente terá grandes perdas, roubo ou pessoas queridas a perder assim como doenças passageiras.

Os filhos deste odu são predestinados a adquirirem conhecimento dentro do culto a Ifá, para que não pereçam precocemente. Para que a morte não ocorra de forma precoce. São pessoas orgulhosas, animadas, exaltadas, realizadoras, muito agressivas e que se deixam dominar pela cólera com muita facilidade. É um Odu de prenúncios medianos, que fala do bem e do mal com a mesma intensidade, geralmente são mão aberta e não suportam ver as pessoas chorando miséria. São gratos e gostam de ajudar. São pessoas espalhafatosas, se atraem pelo oculto, pelo mistério, pelo misticismo, porém estão sempre ligados ou junto à eguns.

Saudação: MIKAN LOSO MEJI MA DO NU KUN MIA NI E O!

Tradução: Saudemos Iorossum-Meji para que nossos olhos jamais se anuviem!

Yorossum-Meji proíbe seus filhos: O uso de roupas e objetos vermelhos, as frutas e cereais de cor vermelha, relacionamento sexual com filhos de Omulu ou de Xangô, envolvimento em brigas, discussões ou questões judiciais (das quais saem sempre perdedores). A carne de galo, não deve comunicar a ninguém seus planos, sob pena de não vê-los realizados. Não podem roer ou chupar ossos de animais, principalmente da cabeça. Saltar sobre valas, buracos, fossas e caminhar por locais onde existam mangues e, se isto for inevitável, devem fazer limpezas de corpo com ovos e velas. Este odu é do sexo masculino.

Elemento: Fogo sobre a terra, o que indica escassez, parcimônia, insuficiência de recursos para que a meta seja atingida com toda a plenitude.

Este odu corresponde ao ponto cardeal Este Nordeste, a carta 3 do tarô (a Imperatriz) e seu valor numérico é o 4.

“Lema provérbio de Ifá”: “ Se um pássaro capturar um Alaxa (espécie de verme provido de pele espinhosa e urticante) deve adaptar ao bico, uma pinça de ferro”. Isto quer dizer: Alguém que quer o mal do consulente verá este mal virar-se contra si.




5. OXÊ-MEJI - a fama

Regente: Oxum/Iemanjá/Omulu


O Odu Oxê, fala na 5a. casa do Oráculo de ifá, ou seja, 05 búzios fechados e 11 búzios abertos. Os búzios fechados falam de Odu, os búzios abertos falam de orixá. Este odu foi gerado com cinco espelhos, um grande pano amarelo e uma bandeira branca na beira de um rio. Ali foi concebido sem pecado original da própria natureza. Desta concepção, nasceu a Oxum Igimum que é a Oxum mais velha de todas as Oxuns e dali se deu o grande encanto a todos os caminhos de odu, porque Oxê é a própria feitiçaria.

Quando este odu cai três vezes (se joga sete), no segmento de três, ele está trazendo morte, feitiçaria, necessidade, luta, extremamente negativo, problemas sérios com eguns ou com as Iyámis.

O Odu Oxê, é o odu da fertilidade, da paz, do amor, da prosperidade para os seus filhos. São pessoas quase sempre calmas, choram muito, e que se preocupam mais com a dor dos outros do que com a sua própria, depois é que vem a traição, o desprezo. A pessoa ajuda, ajuda, ajuda, depois vem aquela malvadeza em cima, não reconhecem nada. Cuidado. Pense em si. Cuidado com ilusões amorosas, vinganças e problemas de barriga, no baixo ventre também.

Se souberem se tratar espiritualmente, conseguirão tudo o que querem e almejam. São pessoas vaidosas e que gostam do grande mistério do ocultismo, normalmente tem o poder da feitiçaria, da palavra, tem o poder de se comunicar com as pessoas.

São pessoas que geralmente tem grandes lucros, tem cargo de santo e são também pessoas muito vingativas, às vezes não costumam se dar muito bem na vida amorosa, são pessoas que gostam de liberdade e sonham demais e viajam na maionese, estão sempre sonhando com coisas que às vezes nunca irão acontecer.

Uma das principais características do Odu Oxê é a capacidade de transformação que este odu traz.

Quando ele está positivo, ele pode transformar qualquer situação ruim ou negativa, em algo bom. É um odu famoso por resolver questões de transformação na vida material, assim também na área do amor, pois é um odu muito positivo, são excelentes amantes, ótimos cozinheiros e amam a limpeza, assim também, quando este odu está no aspecto negativo ele traz muita degeneração, ele transforma as coisas para o lado ruim e as pessoas vão perdendo, perdendo, perdendo cada vez mais, até ficar numa situação muito difícil, costumam ter problemas profundos ligados ao abdômen, não são muito sinceros e são dissimulados, então é um odu de grandes extremos.

Quando ele está muito bom, ele realmente transforma, ele vira para melhor a vida da pessoa, porém quando negativo ele tem esse efeito contrário.

É um odu grandemente ligado ao Orixá cabeça, ao plano mental, e as pessoas desse odu normalmente são pessoas calientes com grande sensibilidade até mesmo para a área da arte, também possuem grande inteligência. As pessoas deste odu devem procurar conhecer e tratar muito bem da ancestralidade, de antepassados, de egungum, Iyámi, e é justamente através dessas forças que ele pode transformar para melhor ou para pior a vida ou a situação de alguém.

Os nativos desse odu são pessoas carismáticas, de exótica beleza, irresistível. São líderes natos. Adoram tudo que é ligado a beleza e normalmente são limpos e caprichosos em tudo o que fazem. Amam profundamente, mas vivem em lutas amorosas e financeiras. Não sabem agir e perdem grandes oportunidades. Seus inimigos ocultos impedem que seus esforços sejam bem recompensados, contudo espera sempre vencer. Normalmente (tratando de santo) são vencedoras. Se por qualquer motivo são contrariados, em primeiro lugar vem o choro e depois, aguardam uma boa vingança. Não esquecem o que fazem com eles, por isso não “dormem” com nenhum tipo de prejuízo. Adoram a família, principalmente os filhos. Estão sempre prontos a colaborar. Roupas demasiadamente coloridas (principalmente mistura de três cores) não devem ser usadas por seus nativos, assim como não podem comer galinha d’angola, galo e deve ter muito cuidado ao dirigir veículos motorizados.
Pessoas com esse ODU têm mão de magia, força e proteção espirituais, religiosidade e uma inclinação especial para o misticismo e as ciências ocultas. São ótimos professores e se destacam em qualquer atividade que exija liderança, mas precisam aprender a controlar sua vaidade e seu egocentrismo. Outro aspecto negativo é a tendência a se vingar quando estão com raiva. Seus pontos vulneráveis são o aparelho digestivo e o sistema hormonal.




6. OBARÁ-MEJI - a riqueza e o brilho

Regente: Xangô/Oxóssi/Logun-Edé



O Odu Obará é o odu da riqueza, da prosperidade. Ele abre na casa de Ifá, no grande oráculo, pela 6a. casa, os seis ministros que absorvem. Respondem com seis búzios fechados e traz em sua caída quase todos os Orixás, mas principalmente Xangô, Iansã, Logum Edé, Oxóssi. Esse Odu é o odu do progresso. Ele foi gerado e nasceu de um bloco maciço de ouro e suas arestas foram representar as grandes riquezas da natureza.

Contam os itans que o Odu Obará fez e sua fecundação junto com Ejilajeborá e de Obará nasceu então os caminhos dos progressos. Obará nasceu de Ejilajeborá com Orain que por sua vez, não vem na cabeça de ninguém, e quem é de Xangô não tem Obará na cabeça, tem Obará pelo caminho de progresso no dia a dia. Ajejalunga foi quem gerou Obará junto com Ejilajeborá. Aje quer dizer a mãe terra, a natureza, a riqueza, por isso que esse odu tem a prosperidade, tem o caminho do progresso, tem tudo o que se pode pensar de positivo, porém este Odu traz muita traição, falsidade, mentira, sofrimento da pessoa ou de parentes, traz também muita vaidade.

As pessoas deste odu devem tomar cuidado com miséria, roubos e furtos, gostam muito de fofocas, calúnias, sempre chorando miséria, pois não podem viver sem dinheiro, está sempre diante de grandes oportunidades e vitórias, principalmente nos negócios e demandas, tem muito medo da justiça, verdade e solidão. Devem fazer segredo dos seus projetos, senão fracassam logo em seus negócios, Trazem muitos feitiços e são sempre vítimas de invejas e são perseguidas gratuitamente, porém as possibilidades de melhoria de vida são muitas, só é necessário um bom líder espiritual em sua vida, tem grandes ideais a realizar, mas não sabem como começar e fracassam às vezes por não pedirem ajuda e o sofrimento não é duradouro, porém o Odu Obará é um odu de tanta prosperidade, de tanta riqueza que não se despacha Obará, não se pode despachar o progresso da vida de ninguém. Quando se positiva o Odu Obará para ele dar caminhos, a parte negativa dele se desfaz e ele passa a caminhar com o lado positivo. Obará se cultua, mesmo que não se tenha ele na cabala.

Esse odu representa riqueza, ele foi gerado das profundezas de uma mina de ouro. Suas arestas representam a riqueza, e a prosperidade, é o mais rico e quando se chama por ele, tem que gritar em voz alta, (pois Obará é surdo) e de preferência numa quarta-feira de lua cheia.

As pessoas com esse ODU têm grande proteção espiritual e costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.



7. ODI MEJI - o rancor e a violência


Regente: Obaluaiê/Omulu/Exú/Oxóssi/Oxalá



O Odu Odi vem por três caminhos, e antes de se fazer ebó tem que se verificar por qual caminho ele vem. Os caminhos são a água doce, a água salgada e a terra (estradas). Quando ele vem por água doce despacha-se no mar, por todo o rio vai para o mar, quando ele vem por terra despacha-se na encruza ou praça. Para despachar no mar, procura-se uma praia com bastantes pedras, pois Odi tem pavor delas.

A fecundação de Odi: Odi é um Odu feminino, filho de Orunmilá e Ologbara. Seu nome significa duas nádegas que nasceu dos órgãos genitais, em Odi, nasceu, também, a cor preta, as galinhas, as baleias, a cabaça, o carma e os íbis (caracóis) e todos os peixes do mar. Odi fala, também, em problemas com egum, antepassados, ancestrais, enfermidades graves em pânico quando ele está no lado negativo da cabala.

O Odi é um dos mais ricos. Aliás, corre uma lenda que para ser zelador de santo, tem que ter Odi no seu conjunto Odúnico. Isto é contado num dos itans de ifá e no Omerê de Logum também.

As pessoas do Odu Odi quando estão do lado bom, elas são pessoas alegres, satisfeitas, contentes, são amigas, são prestativas, caridosas, são pessoas que procuram obter sucesso no que fazem, possuem muita sorte, fartura, dinheiro, grandes amores, adoram sexo, gostam de organizar a área financeira e aperfeiçoar formas de gerar rendimentos, possuem muita fé na vida. Este odu é maravilhoso quando ele está bem, porém quando ele está negativo é um problema, pois pode trazer muita dificuldade, caminhos fechados, fracasso na vida conjugal e no trabalho, aliás, em tudo que se propõe a fazer, destruição, perseguição, vida complicada, vive em eterno começar, ganha rápido e perde mais rápido ainda, pois nunca consegue fixar-se com êxito. Se a caída repetir significa choro por morte. 

Essas pessoas devem ser bem tratadas espiritualmente, caso contrário, tem futuro incerto e normalmente sofrem por sete anos consecutivos. São pessoas humildes, forte em personalidade e forte tendência para o envolvimento com coisas ocultas e misteriosas se forem bem preparados espiritualmente tornar-se-ão grandes feiticeiros, pois adquiriram extraordinária força. Elas não temem a morte. Apesar de humildes são pessoas influentes, gostam dos prazeres, são ambiciosas, pensam em grandes lucros e viagens. Estão cercados por invejas, olho grande, traições. Cuidado com doenças de coração, nervos, pressão alta e rins. O Odu Odi pode trazer muita coisa boa da natureza.

Dentro da ordem de Ifá tradicional, ele é o quarto Odu, por isso ele tem uma importância muito grande porque está relacionado diretamente aos quatro grandes elementos: água, terra, fogo e ar. Então, quando se positiva o Odu Odi de uma forma eficiente, tanto no campo espiritual, mental, emocional e físico, pode-se ter uma boa resposta para isso.


Para positivar o Odu Odi através de banho, use folhas de mamona, sálvia e orobô ralado.

Este Odu representa caminhos perdidos, discórdia, guerra na vida da pessoa, desgraça de modo geral, traição, problemas com drogas. Quando ele está negativo tem que se fazer um ebó com tudo em sete. Odi quando está no lado positivo é só lhe dar caminho, fazer presentes dentro de um alguidar ou balaio com tudo em sete elementos, para ele trazer sorte, vitória no amor, vitória em trabalhos, vencer uma grande demanda.

Obaluaiê, detentor dos segredos da morte, da cura e das doenças sem deixar de dizer, o Senhor da vida, é a própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó. Nos sete primeiros dias do mês de agosto são feitas rezas aos pés desse Orixá que fica ornamentado no centro do barracão (no Axé) coberto de palha da costa e com deburu aos seus pés. Debaixo da saia de Obaluaiê ficam sete panelinhas de barro com mel e uma moeda para o Odu Odi.

Pessoas com esse ODU são ambiciosas e costumam ser bem sucedidas na sua profissão, mas a indecisão as leva a não concluir muitos dos seus projetos. Quando a fé as impulsiona, porém, ultrapassam todas as barreiras. Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes, provocam enormes confusões. Não têm sorte no amor. Seus pontos vulneráveis são os rins, a coluna e as pernas.




8. EJONILÊ-MEJI - a impaciência e a agitação


Regente: Oxaguiã



Este Odu significa vaidade, orgulho, ajuntamento de corpos, gozo, proteção, simpatia, estruturação, interiorização, expansão geral, sucesso e amor, mas se tiver negativo pode trazer muita ruína, doenças, destruição no lar, traições, brigas, esquecimento de amizade e desavenças. Mudanças no amor, no trabalho, problemas de saúde com câimbras, enfermidades nas pernas. Fortuna, perseguição e intrigas por parte das mulheres, brigas e fofocas, ódio acumulado no íntimo, vinganças e falsidades lhe cercam. Este odu enganou até a própria morte e quando ele responde no jogo, quem está jogando deve levantar-se três vezes em reverência a Oxaguian.

Esse Odu é ligado a força do sol, a força do fogo, a força do céu. É o odu mais quente de todos e ao contrário do que muita gente muita gente acha, esse é um odu todo composto por fogo e por isso quando ele está negativo traz males terríveis, principalmente na cabeça. Traz problemas de sistema nervoso, irritação, pressão alta, dificuldade de concentração, dificuldade de poder encontrar realmente o melhor caminho a ser seguido. Traz muitas dúvidas, uma irritação fora do comum onde a pessoa vira literalmente o cão chupando manga e traz muita confusão mental e muita confusão ao redor da vida da pessoa. Muita briga e muita dificuldade da pessoa se centralizar. É a famosa cabeça quente, pois o sistema nervoso fica abaladíssimo podendo também prejudicar a saúde aonde entra problemas como pressão alta, taquicardia, etc.

As características das pessoas deste odu são principalmente que são muito inteligentes, são pessoas dinâmicas, com uma velocidade muito grande de pensamento, com raciocínio muito bom e são também pessoas de um temperamento muito ardente, muito passional, que às vezes mesmo sabendo que estão fazendo a coisa errada, fazem movidas pelo fogo da paixão, pela impulsão. Quando elas conseguem dominar este fogo, dominar este ímpeto, e elas colocam essa inteligência para guiá-las na sua vida, elas conseguem realizar grandes coisas na sua vida, são pessoas bastante talentosas. As pessoas deste odu têm grande proteção espiritual, boas amizades, procuram a calma, mas são geniosas.São aquelas pessoas que brigam, se irritam, vivem nervosas e não fazem nada com essa força que tem, não conseguem realizar nada, pois vivem com os caminhos fechados, as pessoas procuram briga com elas, é uma situação de completa estagnação. É uma bomba que está explodindo por dentro. Às vezes são vingativas, porém em geral são delicadas, honestas e de grandes paixões. Costumam sofrer por amigos em geral. Tem quizila com inhame e taioba.

O Odu Ejionilê tanto tem a energia da vida como a energia da morte, os espíritos de encosto. Dentro dos caminhos de Ejionilê, existe uma qualidade de Oxalá Odudua Barabá Afunfun que veste uma saia preta para fazer os seus orôs através de caminho de Itotô que é a terra, que é Onile.

Através do Odu Ejionilê, ele pode trazer a visão, pode trazer o sol, a força, fazer subir na vida como pode lhe arrasar, lhe trazer a morte e lhe jogar no buraco, no fundo do poço. Quem carrega esse odu na sua cabala não deve deixar para amanhã para cuidar dele.

Ebós feitos a esse odu devem ser duplos para despachar negatividades e atrair sorte e prosperidade.

Pessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.




9. OSSÁ MEJI - a desconcentração

Regente: Iansã



Este Odu traz muita abundância de tudo, expansão social, investir e concretizar projetos de vida, porém este odu traz muitas dificuldades financeiras, muitas dívidas, roubos, assaltos, fugas, problemas com pessoas que entram e saem da sua casa, trazendo-lhe confusões, discórdias, brigas e dores de cabeça, épocas difíceis, fugas preventivas.
As pessoas deste Odu devem ter cuidado com acidentes com fogo, com mar: risco de quedas dentro de casa e se for gravidez, devem tomar cuidado com pressão alta e aborto. Este odu faz com que as pessoas estejam bem num momento e mal no outro, é difícil entender, pois são como as quatro estações num só dia. Quando estão doentes, devem fazer oferendas para não piorar. É um odu muito característico ligado a Iyámi Oxorongá.

É considerado o odu dos enfeitiçados. As grandes reencarnações de bruxas e a presença delas, está nele. Quem é regido por Ossá, tem indicação de muita influência negativa de egungum, passando por situações de desespero e de muito pranto. Atraem com facilidade falsas amizades e por tanto devem guardar segredos a sete chaves. São pessoas donas de si, mandonas e desobedientes. Escutar conselhos é coisa que não fazem, e por este motivo vivem quebrando a cabeça. Possuem um lado espiritual super aguçado, mais infelizmente não sabem administra-lo muito bem, são pessoas astuciosas e à frente do seu tempo e tem grande tendência para ser regido por Iemanjá. Esse consulente derramará muitas lágrimas.
Quando este odu cai três vezes seguida no jogo, indica feitiço em cemitério, causando horríveis transtornos na vida do consulente. Esse odu na fase negativa traz má circulação nas pernas, fortes dores nas costas e muito desperdício de água em casa. Esse odu tratado beneficia a pessoa com elevação espiritual, material, poderes parapsicológicos, vitórias, progresso e muita felicidade. Para serem felizes precisam freqüentar templos espirituais. Os nativos desse odu não devem usar tecidos vermelhos ou de fundo azul, nada de que seja feito de bambu, como por exemplo: móveis, porta incenso, instrumentos musicais, etc. Objetos com cores misturadas, azul e vermelho, e usar arco e flecha.

O lado negativo dos filhos deste odu é que são super teimosos, autoritários e adoram rogar pragas. O lado positivo é que são líderes natos, inteligentes, simpáticos, responsáveis e de bom caráter, tem sempre grandes projetos, mas estão sempre cercados de pessoas que fingem ser amigas. Tem muita proteção de Oxalá e Xangô e devem ter muita força de vontade para vencer os obstáculos contando com esses dois Orixás. Esse odu fala em falsidade, perseguição de mulher ou homem e de uma perda que não trará desgosto. Quando responde Ossá-Meji três vezes consecutivas significa felicidade, boas notícias, porém traz uma perda com desgosto e dor. Esse odu tem grande tendência para proteção de grandes pais de santo e grandes mães de santo e outros líderes espirituais; A parte positiva é abundância em tudo.

Os dias de sorte são todos menos quinta-feira e sexta-feira.
Pessoas com esse Odu são líderes natas, mas seu autoritarismo lhes cria sérios problemas, inclusive conjugais. O instinto protetor e a religiosidade também as caracterizam. Seus pontos vulneráveis são os conflitos psicológicos e, no caso das mulheres, os problemas ginecológicos.

A cor é branca e prata.

· Obs: Antes de presentear esse odu, na véspera se presenteia a egungum.





10. OFUN-MEJI/OGIOFUN - os problemas de saúde


Regente: Oxalufã



Este odu traz semeadura de virtude, posse de objetos valiosos, desenvolvimento na área profissional, porém este odu traz aperto financeiro, prejuízo, problemas de saúde, problemas nas pernas, no sangue, no baixo ventre, na barriga. Cuidado com os seios quando senhora, podendo até ter que fazer cirurgia. Não tem sorte no trabalho. São pessoas teimosas, observadoras.

Perigo de acidentes, agressões, calúnias e envolvimento com a polícia. Tristeza e desgraça por causa de dinheiro. Cuidado com traições de pessoas ligadas a você. Este odu é muito rico, velho, teimoso, não gosta da cor preta, geralmente só traz vitória rápida quando responde duas vezes consecutivas, e quando isso acontece deve ser dado um obori à cabeça.

Sua parte positiva é muito forte, pois seus nativos são caridosos, humanos e pacientes. Geralmente entendem seus problemas assim a liderança de ajuda para quem precisa dele.

As pessoas sob influência desse odu têm o mistério em sua vida, são sinceras, honestas, inteligentes e sabem fazer boas amizades e conservam por longos anos as boas amizades.

Esse consulente deve ser orientado por causa de uma série de perturbações. Amores, trabalhos, dinheiro, inimigos, talvez até doenças, gravidez, doenças de barriga, trabalhos feitos de feitiçarias, conseqüências amorosas com prejuízos pessoais. O lado negativo dos seus nativos é que tem o poder de odiar profundamente, por isso são vingativos e rancorosos (nunca faça mal a quem é regido por esse odu).

Esse odu fala de paz, tem que ser cuidado, pois fala em perigo de morte. É aconselhável banhos leves e dá um obori à cabeça. Quando ele chega a pessoa se levanta. É aconselhável que passe um ebó branco no consulente e coloque uma oferenda a Oxalufã. Deve ser ofertada também uma oferenda para Iansã.

Sua parte positiva é muito forte e só deve ser cuidado para explorar o lado bom do odu, pois Ofun é o odu da prosperidade, da riqueza e da calma.

No jogo de búzios quando sai na primeira queda, indica perturbação espiritual e material. Se cair três vezes seguidas, é feitiçaria na certa, trazendo com isso perigos de acidentes e muitos prejuízos, não conseguindo o consulente concluir seus projetos principalmente no campo sentimental. Quando sua posição é nos pés, é sinal de grandes doenças e possíveis cirurgias abdominais. Quando está positivo traz bons empregos, cargos de chefia, riqueza, vitória rápida em qualquer problema.

Os nativos deste odu não devem assoprar fogo, usar roupas vermelhas e pretas, comer carne de porco, pegar carvão, comer nada que leve azeite de dendê. A cor é o branco e o dia de sorte é sexta-feira.

Pessoas com esse ODU são inteligentes, fiéis e honestas, capazes de dedicar atenção total ao seu amor. Têm amigos sinceros e elevada espiritualidade. Em contrapartida, mostram-se muito teimosas e tendem a sofrer perseguições e desilusões amorosas. Seus pontos vulneráveis são o estomago e a pressão arterial.




11. OWARYN-MEJI - a ansiedade

Regente: Iansã/Exú/Ogum



Este Odu traz muito sucesso nos negócios, satisfação com aquilo que se deseja ter, lucros e sociedade, mas pode trazer muita demanda, acidentes, ingratidão, doenças passageiras, fracasso no amor, dificuldade de ter o que deseja, tudo o que quer é por meio de esforço, porém se estiver positivo, traz muita prosperidade, paz, harmonia com toda a família e amigos. Poderá ter uma relação amorosa muito forte e duradoura. Tendência a fazer uma boa e grande viagem.

São pessoas com má influências perturbadas, com dúvidas, felicidade oculta e difícil. Se for homem é volúvel e sem fé e luta com muitas dificuldades para a realização de qualquer objetivo.

Sofrem por calúnia, perda de bens e outros valores sentimentais, doenças passageiras. Egum em cima, muito carrego e só vencem obstáculos com muita luta e após sofrer com grandes sacrifícios.

Tendência para mendicância e para os vícios da bebida e das drogas, ou ainda envolvimentos com pessoas e casos obscuros, levando a envolvimentos com a polícia. Não se sensibiliza com o que vier acontecer.

Para levantar seus nativos, o zelador ou zeladora deve ter muito conhecimento e paciência. São pessoas boas, porém volúveis; lutam com dificuldade para um grande projeto e tem que agir com calma, caso contrário perderão tudo. Vencerão os obstáculos com a razão; porém quando este odu está positivo, ele oferece vitória sobre todas as lutas e obstáculos. As pessoas que tem este odu na cabala deverão lhe dar um presente a ele todo dia 11 de cada mês para ficar em paz e tranqüilidade.

O Odu Owarin é um odu extremamente ligado à sexualidade, aliás, existem dois grandes odus que regem a sexualidade: O Okaran e o Owarin, particularmente o Owarin no sentido de sedução, da parte de relacionamento, de amor, de sexo, etc., tanto que existem famosos rituais de atração. Quando um homem quer sair e atrair muitas mulheres à noite, existem banhos, pós e feitiços classificados em Owarin que ele pode utilizar para essa finalidade. O comportamento de Ogum em Owarin é como o próprio Orixá ogum que é de grande virilidade, de grande força, seja ela energética dos caminhos, seja ela até mesmo ligada a sexualidade. Ogum nesse caminho é o Ogum namorador, quando ele pega Oxum, quando ele pega Oiá, quando ele pega as Iabás, etc. O comportamento de Ogum como um sedutor, um cara que conquista muitas mulheres e faz da conquista das mulheres uma guerra onde ele adquire essas vitórias na conquista, ele faz da mulher um prêmio, então tem uma relação muito grande envolvendo a parte da sexualidade e a parte das relações.

Agora no dia a dia, os filhos de Ogum ligado a esse odu, são pessoas com temperamento bem quente, mas também com uma sensibilidade emocional muito grande. São pessoas que apesar de terem um temperamento um pouco quente, possui também uma sensibilidade, uma espiritualidade bastante sensível e nessa combinação está a chave de grandes poderes associados à força e a sensibilidade.

Este odu tem a filosofia de que quem tem que morrer não adoece, morre logo. Quando ele aparece e diz que a pessoa vai morrer não espere doença, pois ela morrerá logo, sem adoecer.

Pessoas com esse ODU têm imaginação fértil, boa saúde e vida longa, mas as más influências e a falta de fé as levam a enfrentar dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. São muito volúveis no amor. As mulheres geralmente fracassam no primeiro casamento, mas acabam encontrando a felicidade. Devem evitar a bebida e outros vícios. Seus pontos vulneráveis são a garganta, o sistema reprodutor e o aparelho digestivo.





12. EJILOSEBORÁ - a justiça e o discernimento

Regente: Xangô



Este Odu traz muita agonia, desassossego, insônia, inquietude, falta de ânimo, rancor, mas também justiça e vitória em casos difíceis. As pessoas deste odu estão sujeitas a muitas calúnias, traições, perseguições, invejas, amigos errados, desilusões, separações no lar, desconfiam da sua própria sombra, porém trazem sempre o poder da justiça para conseguir o que almejam, mas sempre vencendo admiravelmente, desenvolve formas de melhora, performance e qualificação profissional, organização de suas finanças. Cuidado com envolvimento com polícia. É um odu que tem grande relação com os quatro elementos e é um odu muito ligado a comunicação. Dor de cabeça, pessoa com problemas mentais na família ou parentes com tendência para loucura. Herança no futuro, bebidas e mulheres trarão muitas dificuldades e desespero. Tendência acentuada para o alcoolismo. Facilidade para progredir e subir na vida, como também descer e se afundar. Geralmente são pessoas agradáveis, boas, simpáticas, porém muito mão fechada. Se aparecer duas vezes cuidado com roubos. Significa que só conseguirá progressos mediante a feitura do santo.

Esse Odu representa também as doze Iabás, sendo que seis condenam e seis absorvem. São pessoas que devem ser bem cuidadas.

As pessoas com influência desse odu são boas, prestativas, inteligentes, arrogantes, mas de bom coração. Mesmo quando não ocupam posições elevadas não deixam de possuir qualidades de seu Orixá.

Quando esse odu aparece no jogo joga-se Ejilajeborá + Ossá na rua, despachando a rua.

Quando ele sair a pessoa muito subirá ou se afundará de uma vez. Indica que encontrará a ajuda de um amigo, uma herança com grandes futuros, mas um homem ou mulher trará dificuldades.
Fala em desgraças, prisão, briga, miséria, sangue, ruína, perda de tudo. Cuidado com roubos. Significa também problemas com a justiça.

Pessoas com esse ODU têm o dom de convencer os outros. Dotadas de grandes qualidades espirituais, são bondosas, justas e prestativas, embora às vezes se mostrem arrogantes. Apaixonam-se com facilidade e são muito ciumentas. Devem evitar bebida e podem ter problemas judiciais ou relacionados à perda de bens. Seu ponto vulnerável é a circulação sanguínea.





13. EJIOLIGIBAN MEJI - a tranqüilidade e a concentração

Regente: Nanã




Este Odu traz inveja, vida e lutas difíceis, muitas dívidas, sagacidade e destreza para conseguir fortuna ou bem-estar, trabalhos feitos para te derrubar e te arruinar. Muita doença e tristeza. Cabeça fraca; Envolvimento com paixões difíceis e impossíveis, traições, desprezo. Mas se esse Odu estiver positivo, conseguirá tudo com êxito e sucesso. Atividades ligadas à comunicação.

Inveja, dúvida, homem mau, mulher má. Costumam vencer suas dificuldades, porém não tem sorte no amor e levam uma vida com perturbação.

Morte, destruição, ruínas, em caso de pessoas com problemas na família poderá trazer morte. Trabalhos de feitiçaria em cemitérios ou enterrados em outros locais. Analise bem sua caída e confirme mais de uma vez, pois pode ser a cabeça pedindo obori.

Golpes, paixão, amor impossível, sonhos que não se realizam, fantasia e ilusão, resignação a tudo, à doença, ao progresso, à dor, ao luxo, à pobreza, enfim, tudo, para o alto bem como para o baixo astral.

As pessoas que estão sob o domínio desse odu vencem as maiores dificuldades, mas não tem muita sorte com o amor e vivem com perturbações. São trabalhadoras, honestas ao extremo e possuem grande vontade própria.

Esse odu representa morte, mas também pode representar fim de sofrimento e inicio de nova vida.

Tem facilidade de descobrir novos caminhos e assim recomeçarem com uma nova vida de sucesso e amor. Também significa doenças passageiras.
Pessoas com esse ODU aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais, conscientes de que todas as situações da vida são transitórias. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória. Não têm muita sorte no amor. Dotadas de mão de cura, se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e nas terapias alternativas. Seus pontos vulneráveis são o baço e o pâncreas.





14. IKÁ MEJI - o conhecimento e a sabedoria

Regente: Oxumarê/Ossaim




Novidades que poderão vir a acontecer, podendo ser boas ou más, demandas, perdas, investidas que poderá trazer arrependimento. Paixões, doenças passageiras, tem o vício da juventude e o carisma de um olhar malicioso e penetrante, perigoso com pensamentos intensos.

São pessoas difíceis de lidar, pois estão sempre em estado de defesa e, sendo assim, é bom estarmos alertas para um golpe certeiro. Pode ser desferido a qualquer momento. É sempre bom, ter cautela com seus nativos.

É um Odu rico e promissor e seus nativos sempre estão exuberantes e em estado de grande força, pois sempre se adaptam e tiram vantagens de qualquer ambiente em que estiverem.

Esse odu mostrar despertar surpresas, cartas, dinheiro, lucros ou negócios, amores, felicidades para se arrependerem mais tarde. Significa que novidades estão para acontecer. Novas amizades: essas pessoas são confiantes e deixam passar a felicidade. Demanda, algo pendente, paixões e doenças passageiras. Surgem novas esperanças, mas não tem muita firmeza no que querem. São inconstantes, fazem boas amizades, são bons amigos e gostam de prazer.

Este odu estando negativo pode trazer muitas brigas, agressões, envolvimento com a polícia, vingança, prisão, perversidade. Está sempre em desacordos. Brigas com amigos, parentes, filhos e com todos que discordem dos seus pensamentos e atos. Cuidado também com inimigos ocultos. Agressões entre casais, dificuldades financeiras, vêm muito dinheiro, mas logo perde. Está sempre cercado de olho grande e inveja. Bem estar fácil no fim de qualquer tempestade.

Belas e sensuais, as pessoas com esse ODU têm aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixões arrebatadoras mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores. Possuem talento para a magia e enorme força espiritual, que se manifesta através do olhar. Enriquecem com facilidade e se destacam na vida profissional e social, mas são desconfiadas e propensas a ter conflitos psíquicos. Seu ponto vulnerável são as articulações que podem lhes causar problemas de locomoção.




15. OGBEOGUNDÁ MEJI - o discerminio total

Regente: Obá/Ewá



Este Odu traz muito sofrimento, perdas, inveja, intriga entre parentes e amigos que entra e sai na sua casa. Está sempre sendo estagnado por alguém, intrigas, provocações por má influência. Muita felicidade, perigo de acidentes. São pessoas que brigam muito em casa e no trabalho, quase sempre sem motivo, depois se arrependem. Podem ser muito felizes no amor, tem que lutar muito para conquistar a pessoa amada, pois vai encontrar sempre concorrentes em seu caminho.

Guerra, conflitos, pessoas com problemas nas pernas, disputa por mulheres ou homens, realização de negócios com poucas chances de vitória, progresso incerto.

Traz riqueza, prosperidade, quando em outra fase de transição para seus nativos, gostam de jogos e tem muito gosto para selecionar e escolherem tipos de relacionamentos.

Pessoas com personalidades duvidosas, nunca se afirmam no que realmente querem e desejam; é necessário a ajuda dos outros odus para ajudar em processos difíceis.

Devem o zelador ou zeladora analisar bem para conseguir acertar essas cabeças, pois são complicadas. Apresentam também mudanças repentinas.

Esse odu representa guerra e paga a justiça com retidão. Desvio, perdas, amores com perturbações. Guerra de homem ou mulher por sua causa.

As pessoas sob influência desse odu são favorecidas em negócio de pouco lucro. Poucas possibilidades de sucesso, apesar disso podem vencer obstáculos e realizar seus projetos.

Esse odu sempre precisa da força dos outros odus para seu maior progresso.

São geralmente cabeças difíceis e dão muito trabalho aos seus orientadores espirituais. Devem ser passados nove banhos de água de canjica a esse consulente.
Pessoas com esse ODU são valorosas, combativas e imparciais, mas costumam sofrer desilusões amorosas, o que acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil: estão sujeitas a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e a distúrbios do sistema neurovegetativo.




16. ALÁFIA-ONAN - a paz

Regente: Ifá/Orixás Funfum



Pessoas regidas por este odu, normalmente estão de bem com a vida. Fartura, progresso, prosperidade, felicidade e amor, apesar de haver muitas invejas, ciúmes e falsidades. São pessoas calmas, desenvolvidas espiritualmente, com fortes tendências a vencer e terminar seus dias com muita alegria, paz, tranqüilidade, estruturação, interiorização, elaborações internas, expansão em geral. As pessoas deste Odu devem procurar usar sempre roupas brancas aos domingos.

Confirmação de pleno êxito, contentamento, felicidade, lucros, herança, viagens e a cor branca deve sempre se fazer presente em sua vida. Grandes chances nos negócios realizados aos domingos, mas apesar de tudo tem suas limitações, como qualquer ser humano.

Seus nativos podem estar tristes, pobres, mas não se iludam porque de repente transformam tais situações em situações espantosas que assustam a todos.

Significa também, o sol, a luz, a verdade, desembaraço, felicidade, tranqüilidade, lucros, herança, viagens, amores a realizar.

A resistência, a tolerância e as mutações são uma constante aliada ao progresso tanto para cima quanto para baixo. É necessário que o babalorixá ou Ialorixá procure o equilíbrio do odu.

É o grande Orixá que representa o sol, a luz, o desembaraço, a verdade, a felicidade tranquila. Esse odu significa triunfo, lucros, boas propostas.

Não deve ficar triste, pois tem a felicidade nas mãos, necessitando apenas de uma boa orientação. Deve fazer sempre banhos de limpeza.

Obs.: As perguntas devem ser feitas sempre dirigidas a Orunmilá e sempre serão duas jogadas para cada pergunta feita.
Calmas, racionais e espiritualizadas, as pessoas com esse ODU têm domínio sobre suas paixões. São excelentes nas áreas de vendas e de artesanato, mas desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sujeitas a problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.