domingo, 25 de novembro de 2012

Ogun Já



Uma das qualidades mais polêmicas de Ogum,  é Ogum Já, ou Ogum Ajá, Aquele que come cão. O próprio nome já diz um pouco sobre o porque da discussão. Algumas itans nos contam que ele seria filho de Iemanjá e Oxaguiã, desde cedo demonstrava temperamento forte e explosivo e na África é oferecido a esse orixá o cão como sacrifício, porém devemos entender que é o cão selvagem, que apesar de ser da família do nosso cão doméstico, não é a mesma coisa e não critico quem fique horrorizado com isso, afinal o “cãozinho” é o animal de estimação mais comum no Brasil, aliás em quase todos os países de origem européia. E cultura é cultura, não podemos discutir isso.


Existe dois pontos de vista sobre essa questão, muitos zeladores, dizem que não se deve iniciar ninguém nesse orixá, pois não temos material para fazê-lo, e que isso acarreta uma espécie de cobrança dessa energia, pois quando invocamos um determinado orixá, devemos ter ciência de como ele é cultuado originalmente, porém se pensarmos por esse ponto de vista, não iniciaríamos ninguém, pois como você inicia alguém de Iemanjá  sem a água do rio Ogum  Ou alguém de Xangô sem um otá de Oyó? É complicado quando falamos desse assunto, hoje temos como comprar produtos importados da África, mas e a trinta anos? Como eram feitas. Mas continuando falando sobre Ogum Já, sua cor é o azul e o verde, que representação o ferro e o mariwó. Seu espaço é caracterizado pelas estradas de terra estreitas e retas e tem relações estreitas com Oxaguiã Ajagunã.



Oríkì ÒGÚN




Ògún pèlé o !
Ogum, eu te saúdo !

Ògún alákáyé,
Ogum, senhor do universo,

Osìn ímolè.
Poder dos orixás.

Ògún alada méjì.
Ogum, dono de dois facões,

O fi òkan sán oko.
Usou um deles para preparar a horta

O fi òkan ye ona.
e o outro para abrir caminho.

Ojó Ògún ntòkè bò.
No dia em que Ogum vinha da montanha

Aso iná ló mu bora,
ao invés de roupa usou fogo para se cobrir.

Ewu ejè lówò.
E vestiu roupa de sangue.

Ògún edun olú irin.
Ogum, a divindade do ferro

Awònye òrìsà tií bura re sán wònyìnwònyìn.
Orixá poderoso, que se morde inúmeras vezes.

Ògún onire alagbara.
Ògún Onire, o poderoso.

A mu wodò,
O levamos para dentro do rio

Ògún si la omi Logboogba.
e ele, com seu facão, partiu as águas em duas partes iguais.

Ògún lo ni aja oun ni a pa aja fun.
Ogum é o dono dos cães e para ele sacrificamos.

Onílí ikú,
Ogum, senhor da morada da morte.

Olódèdè màríwò.
o interior de sua casa é enfeitado com màríwò.

Ògún olónà ola.
Ogum, senhor do caminho da prosperidade.

Ògún a gbeni ju oko riro lo,
Ogum, é mais proveitoso ao homem cultuá-lo do que sair para plantar

Ògún gbemi o.
Ogum, apoie-me

Bi o se gbe Akinoro.
do mesmo modo que apoiou Akinoro.


Dia do Orunkó (dia de dar o novo nome)


O Orunkó significa em Yorubá “nome”, sendo que no Brasil tem o mesmo sentido, porém ele é mais usado para descrever o nome do Orixá. Não podemos confundir com a dígina  que é usada na Nação Angola, que seria o novo nome do iniciado, na Nação ketu, não tem dígina, apenas o Orunkó do nosso Orixá. E esse tem uma enorme importância, o Iyawô só nasce a partir do dia do nome, onde o orixá pronúncia seu segredo em alto e bom som, porém o iniciado deve mantê-lo em sigilo, pois ele diz a essência de seu orixá, e de sua vida.

Quando uma pessoa se inicia no culto dos Orixás, passa por certos fundamentos (obrigações, e resguardo) que vai variar de nação e de casas de santo. após a feitura de seu orixá, a grande manifestação, com a participação de adeptos, e praticantes é o dia de dar o nome, o dia do Orunkó  ou seja: o nome pelo qual o noviço (a) será ser chamado (a). 


A partir daí, na maioria das vezes isso não acontece principalmente nas casas de Ketu, poucos tem o conhecimento do novo nome que o Iyawô tem, seu nome é gritado bem alto, todos ouvem, mas não se liga no que está sendo declarado publicamente, passado o momento da festa somente a pessoa, a mãe ou pai de santo, mãe pequena, e uma ekede principal da casa ou uma egbome com cargo na casa é que sabem o nome desse orixá. 


Em outras nações o iniciado (a) passará ser chamado pelo seu nome o nome que ele deu em publico, é lógico de que não vou entrar em discussão sobre a validade ou não desse ato, para quem não revela ou para quem revela o (s) nome (s) dado (s), pois existem prós e contras. Alguns nomes são comuns, outros nem tanto, alguns trazem mensagens que são verdadeiros mistérios que devem ser preservados, alguns significam situações que é bom que fique restritos somente a poucos e que sejam pessoas de confiança. Exemplos de nomes dados por iyawos: Iyatunde, (a mãe que retornou), Babatunde (o pai que retornou) Odé Akinkanju (Caçador bravo) e muitos outros.




Já vi duas ou três maneiras de “tirar o Orunkó , e isso vai de axé para axé. O sentido é o mesmo. Nosso Orunkó é eternizado em um axé, pois ele é citado em muitas obrigações, e quando temos casa aberta ele se torna ainda mais importante, pois tanto ele quanto o Orunkó de nossos antepassados são citados, como uma forma de demonstrar que os atos e ensinamentos que estão sendo passados têm fundamento, tem hierarquia, que não viemos do nada e também tem a função de agradecer aqueles que tanto se dedicaram para que hoje possamos desfrutar dessa religião tão mágica e especial.


O Iyawô  deve saber o que significa o seu Orunkó, e assim ele pode entender melhor seu próprio destino. Outra coisa que acontece são os “apelidos” que são usados dentro da casa de santo, por exemplo: Quem é de Ogun, chamamos de Ogunssy, quem é de Oxum, Oxunssy... Essa terminação, ssy, vem de "sì" – que significa "adorar" em yorubá, ou seja, quando chamamos alguém de Oxunssy, na verdade estamos chamando de Adorador de Oxum, iniciado a Oxum, ou seja, é uma forma carinhosa, não confunda com Orunkó.

sábado, 17 de novembro de 2012

Zumbi dos Palmares




Quem foi Zumbi 



Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. O Quilombo dos Palmares estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares (Alagoas). Na época em que Zumbi era líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Nos quilombos, os negros viviam livres, de acordo com sua cultura, produzindo tudo o que precisavam para viver.


Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver no quilombo.


No ano de 1675, o quilombo é atacado por soldados portugueses. Zumbi ajuda na defesa e destaca-se como um grande guerreiro. Após um batalha sangrenta, os soldados portugueses são obrigados a retirar-se para a cidade de Recife. Três anos após, o governador da província de Pernambuco aproxima-se do líder Ganga Zumba para tentar um acordo, Zumbi coloca-se contra o acordo, pois não admitia a liberdade dos quilombolas, enquanto os negros das fazendas continuariam aprisionados.


Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.



Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói do Quilombo dos Palmares e sim Ganga-Zumba: "Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.


De acordo com José Murilo de Carvalho, em "Cidadania no Brasil" (pag 48), "os quilombos mantinham relações com a sociedade que os cercavam, e esta sociedade era escravista. No próprio Quilombo dos Palmares havia escravos. Não existiam linhas geográficas separando a escravidão da liberdade".


Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado, e os negros de Palmares elevaram Zumbi a categoria de chefe:
"Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo". Seu governo também teria sido caracterizado pelo despotismo:
"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo.



Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra."

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Como utilizar o anil em limpeza espiritual


“Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja.”



Chico Xavier: A cada nove, de dez pessoas que desencarnam, infelizmente, por falta de cultura espiritual, cinco ficam na escuridão. Essas almas ficam no Planeta Terra para sugar de nós, reencarnados, nosso tônus vital (ectoplasma) e muitas vezes, terminam vampirizando pessoas que lhes eram queridas e o desligamento fica insuportável e difícil!



Em nossos momentos de depressão, de tristezas, habitando em lugares de conflito constante, ou quando são pessoas  de Virgem, Capricórnio e Libra, facilmente,  viramos alvo desses desencarnados com mais facilidade… Eles se fixam nos batentes das portas, nas costas (altura do pescoço) e nos locais gelados como os banheiros, por exemplo, especialmente, naqueles famosos quartinhos no fundo da casa entulhados de coisas velhas sem serventia nenhuma para os viventes dessa casa.


Faz-se necessário dizer, que não é o anil e sim o azul do anil, que exorciza espíritos do umbral (local onde ficam os espíritos que não evoluíram). Para cada balde de água (2 litros em média), coloque uma colher (sopa) de anil em pó e feche seu umbigo (plexo solar) com um esparadrapo por 72 horas. É por esse chacra que os espíritos nos enxergam e nos acessam.



Para “limpar” o ambiente, siga os passos abaixo:


01 –  Antes de mais nada, faça uma faxina completa, inclusive com a retirada de tudo o que não tem mais serventia, objetos trincados, roupas poídas, panos de chão velhos, roupas sem uso e todo e qualquer tipo de material que não tenha mais uso, ou estejam trincados.







02 – Pegue um pano e molhe-o no líquido preparado com água e anil.



03 –  Torça bem e passe nos azulejos, no chão e nos batentes das portas, pois é exatamente aí que ficam as energias negativas.

04 –  No quarto dia, abra o plexo solar (umbigo).

05 –  Do quinto dia em diante, volte a equilibrar o plexo solar por 30 dias. Feche-o pela manhã e abra-o para dormir, fazendo o Salmo 66 em voz alta, por 30 dias consecutivos, acendendo velas de força lilá e incenso de violeta.

Quando Fazer: Faça as segundas, quartas e sextas-feiras.
Na Limpeza, pode ser utilizado o anil em pedra, ou o líquido, que já é de fácil acesso em qualquer supermercado.





 Para a limpeza corporal:


Misturar em 01 litro de água mineral:

  • 01 colher de anil ,
  • 21 gostas de essência de anis. Tome um banho normal, seque-se e em seguida, derrame o preparado por todo o corpo. Faça o Salmo 23 e mantenha-se em isolamentos espiritual por, pelo menos, 20 minutos.


Quando sentir que é necessário, essa limpeza pode ser repetida a cada três meses.
Muita sorte a  todos!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Olóòkun ou Olokun



Na Mitologia Ioruba: Olóòkun ou Olokun - No Benin é considerado como do sexo masculino e em Ifé como sendo do sexo feminino, divindade do mar. Proprietário/a (Olo) dos Oceanos (Okun).

Olokun é o Orixá Senhor do mar, é andrógino, metade homem e metade-peixe, de caráter compulsivo, misterioso e violento. Tem a capacidade de transformar. É assustador quando irritado. Na natureza é simbolizado pelo mar profundo e é o verdadeiro dono das profundezas do presente, onde ninguém jamais esteve. 

Representa os segredos do fundo do mar, como ninguém sabe o que está no fundo do mar, apenas Olokun. Também representa a riqueza do fundo do mar e da saúde. Olokun é um dos Orixás mais perigoso e poderoso do culto aos Orixás.

Diz-se que ele foi acorrentado ao fundo do oceano, quando ele tentou matar a humanidade com o dilúvio. Sempre retratado com escudo. Seu culto é na cidade de Lagos, Benin e Ile Ifé. Seu nome vem do ioruba Olokun (Olo: proprietário - Okun: Mar). Representa a riqueza dos fundos marinhos e a saúde. 

Todos os Babalaôs devem cultuá-lo e sempre deve ser assentado com suas 18 ninfas que são suas esposas, as 9 Olossás e as 9 Olonas. Elas são ninfas da água, representa os rios, córregos, lagoas, cachoeiras, nascentes, lagoas, extensões marinhos e de águas pluviais.



No Brasil é cultuada como mãe de Iemanjá e dona do mar (Olokun). 
É cultuada nas casas de candomblé tradicionais, mas não toma parte nas festas, não são entoados cânticos no "xirê", assim como acontece com outros orixás (Orunmila, Oduduwa). São assentados mas não são "iniciados" iawos para estes orixás.
Com a vinda de sacerdotes africanos para o Brasil, hoje tenta-se resgatar o culto, porém sem identificação pelos fiéis. Talvez por não se ter conhecimento e sincretismo. É homenageada durante a Festa de Iemanjá. 





OLOKUN, orixá de grande importância, ainda pouco conhecido no Brasil, porém muito difundido e cultuado em Cuba e na Nigéria.
As crenças, em geral, são fundamentadas em algo original ou histórico; na África existem inúmeras. Diz-se que Olodumaré vagava pelo espaço, quando somente havia pedras e fogo. Em função do vapor produzido pelas chamas, grande quantidade de nuvens se acumulou no espaço, precipitando sob a forma de chuva. Onde o fogo havia queimado mais, o terreno ficou mais profundo, dando origem aos grandes oceanos que cercam a terra. Neste momento, nascem todas as Iemanjás do mar, desde Ocuté até Olokun, que é a mais alta representação dos orixás, depois de Oduduwa.
Quando o mundo se formou, existia maior quantidade de água do que de terra e, por isso, Olokun ocupa o segundo lugar no panteão yorubá. Esta divindade, também, é conhecida pelo nome de AAGANA-EKUN IJÁ MOAJÉ, que significa “a profundidade dos oceanos, mãe dos peixes e dos caracóis do mundo”. Ninguém sabe o que há no fundo do mar, isto é tratado no signo Iroso Meji (4-4 Meji), um dos signos do meridilogun; daí vindo a reza: OMI TUTO, ANA TUTO, TUTO ILÊ, TUTO ARIKU BABAWA (água fresca em minha vida, água fresca em minha casa, água fresca para todos os espíritos bons desta vida).


Com Olokun vivem dois espíritos: Samugagawa, que simboliza a vida e Acaro, que simboliza a morte. Ambos estão representados nas ferramentas de Olokun.
Este orixá não fala diretamente por sua boca, mas se comunica através de Iemanjá, já que esta foi o primeiro caminho que veio à terra e que, também, se denominou YEMBÓ. 

Gostaria de chamar-lhes a atenção quando digo “caminho de orixá”, pois muitos interpretam mal o que isto significa. 
Por exemplo, Iemanjá possui oito caminhos: 

  1. -  YEMBÓ, 
  2. -  OLOKUN, 
  3. -  MAYELEWÓ, 
  4. -  ASHABÁ, 
  5. -  OCUTÉ, 
  6. -  OCOTÓ, 
  7. -  IBU-ARU 
  8. -  IBU AYEE. 

Estes caminhos estão representados nos sete mares que rodeiam a terra e nas sete reencarnações deste orixá em sua trajetória. 


As ferramentas de OLOKUN são assentadas dentro de um porrão grande, com cerca de sessenta centímetros de altura (significando a superfície e a profundeza do mar). Elas são feitas de chumbo, já que este metal não sofre oxidação pela ação do salitre do mar e é mais barato. Entre as ferramentas, há uma boneca, medindo aproximadamente vinte centímetros, em cujos braços está a representação dos dois espíritos de que falei anteriormente: o da vida e o da morte. No braço direito se pendura um cobra, representado ACARO e no braço esquerdo uma máscara, representando SAMUGAGAWA.


As demais ferramentas são:


  •  uma lua cheia, simbolizando a procriação deste orixá;
  •  uma meia lua, representado a alegria contagiante deste orixá na vida;
  •  um sol, indicando que o poder deste orixá é tão grande que tem domínio   sobre aquele;
  •  um timão de barco, significando a boa mãe que é, conduzindo os humanos  pelo caminho correto;
  •  um par de remos, que é a balança entre o bem e o mal do que realizamos   na vida;
  •  uma pequena sereia, a beleza misteriosa;
  •  sete pulseiras ou aros, denotando a procriação de seus sete filhos preferidos: Oyá, Elewara, Ogum, Oxóssi, Asawano, OrishaokóRISHAOKÓ e SHANGO. O nascimento de todos os sete orixás está descrito nos signos desde de Okana até Odi.



Em Cuba, existe a tradição de assentar OLOKUN para todos aqueles que irão fazer YEMANJÁ. OLOKUN só se assenta, ou seja, não se faz na cabeça de ninguém; aos filhos de OLOKUN se faz YEMANJÁ. 



Deve-se trocar a água de OLOKUN a cada seis ou sete meses e o assentamento deve ser mantido em um lugar oculto, onde ninguém possa tocá-lo. OLOKUN assentado dentro de um porrão escuro simboliza a escuridão existente no fundo do mar. 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Os nove filhos de Oyá




1 . Imalegã - Nasceu no primeiro dia. Foi tirado do ventre de Oiá pelas Iyamis e envolvido em abanos.


2. Iorugã - Foi envolvido em palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com a vaidade de Oiá e é o preferido.



3. Akugã - Nasceu do terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambu. É rebelde. Não se deve tocar o chão do bambuzal.


4. Urugã - Alimenta-se das folhas das bananeiras e esconde-se nas florestas. Faz buracos.


5.Omorugã - Alimenta-se do pó do bambu que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondido nos bambuzais observando os seres humanos.


6.Demó - Oiá cobriu-o de lama para saber os segredos de seus inimigos. Usa pele de búfalo para acompanhar Oxóssi.


7.Reigá - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios. Esconde-se nas grandes árvores dos cemitérios e ronda as sepulturas à procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas.


8.Heigá - É violento e vive perseguindo o Ori do ser humano. Propicia desastres e desordens.



9.Egungun - Oiá preparou-o para combater. Apossa-se do ser humano, fazendo-o cometer desatinos.

Orixá Boromu

Boromu é um orixá do deserto, desconhecido no Brasil, mas considerado em Cuba como esposo de Euá. Muito sábio, é o segredo de Euá e também seu mensageiro. Veste-se de roupas esvoaçantes, da cor da areia. Representa o esqueleto, o que é deixado de um ser humano após a morte.


Seu receptáculo é uma sopeira ou tigela de porcelana vermelha que contém 8 otás e uma mão-cheia de búzios. Seus elekes (colares) são todos vermelhos, mas fecham com uma conta preta e uma branca. Recebe sacrifícios de galos bancos, pombas e porquinhos-da-índia.


Mitos de Boromu



Obatalá teve uma filha muito bonita, virtuosa e inteligente, Euá, que apesar de todos os seus dotes, nunca tinha demonstrado interesse por nenhum homem. Assim foi até que um forasteiro chamado Boromu chegou à cidade e ela mudou de comportamento. Tornou-se arredia, tristonha, desinteressada de tudo. Seu pai, embora sábio, não acreditava - como diziam - que ela estivesse apaixonada. E, mesmo que estivesse, nada a impediria de ser feliz ao lado do forasteiro, que, aos olhos de Obatalá, era merecedor de seu carinho. Contudo, Euá estava grávida e guardava o segredo a sete chaves e Boromu deixara a cidade. Uma noite, sentido as dores do parto, Euá fugiu da casa do pai e embrenhou-se na mata, onde deu à luz um menino. Obatalá, ante o desaparecimento da filha, mobilizou todas as forças possíveis para encontrá-la. O mesmo fez Boromu que, sem saber da gravidez de Euá, deixara a cidade por causa de uma missão que ela lhe confiara. Depois de alguns dias, Boromu encontrou Euá desfalecida na floresta, com o filho dormindo a seu lado. Como temiam a reação de Obatalá, resolveram voltar a seu palácio sem lhe revelar a existência da criança, que esconderam na mata. No dia seguinte, ânimos serenados, Boromu voltou para cuidar do filho e não o encontrou. Ele havia sido levado por Iemanjá, que ouvira o choro da criança e a tomara a seus cuidados. Euá e Boromu nunca mais viram o filho. Diante disso e envergonhados perante Obatalá, os dois foram viver no cemitério. Hoje, Boromu representa os ossos, o que restou de um ser humano. Euá, triste e amargurada, cumpre o papel de entregar a Oiá os cadáveres que Obaluaiê conduz a Orixá Okô, para serem devorados e se transformarem de novo na lama inicial.