Lendas de Orixás, Búzios, Cartas e Tarôt, Orações, Ebós e ensinamentos diversos.
sábado, 24 de fevereiro de 2018
terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
O que e um pacto com Lúcifer?
O pacto com Lúcifer, é uma aliança entre um individuo, e o Grande Deus Lúcifer.
Lúcifer quando veio para esta terra ele sempre ajudou a Humanidade, ele sempre esteve conosco, e sempre estará. Muitas pessoas o renegam pelo fato de uma mentira Milenar. O pacto é um sigilo total entre você, seu sacerdote, o demônio que levará seu pacto a Lúcifer, e o próprio Lúcifer. Muitos pactos não obtém o resultado pelo fato de as pessoas irem atrás de falsos sacerdotes. O pacto só irá funcionar se você fizer o ritual com um sacerdote, que realmente faz parte do Mundo Luciferiano. Muitos procuram sacerdotes falsos, e por isso não conseguem o tão sonhado desejo de viver a vida da forma que sempre quis.
Se você sofre e não sabe para onde correr, este é o caminho. Muitos dizem que se você está sofrendo, é por que o Deus cristão assim deseja, mas se esse Deus deseja seu sofrimento, Lúcifer, não deseja, ele irá livrá-lo do sofrimento, da dor, da humilhação. Ele tornará você muito melhor, dará a você em suas mãos tudo o que você deseja. Ele pode, pois ele é o Dono De Tudo, Acredite No Pacto. Se você tem este desejo Não pense duas vezes, pois esta é a sua vez de mudar de vida.
Lúcifer: Do latim Luci-feros (o portador da luz). O mais belo dos anjos do céu, que se rebelou contra Deus. No Cristianismo, Lúcifer está associado ao conceito de demônio. Para certas escolas esotéricas, como a teosofia, a figura de Lúcifer está revestida de complexo e importante conteúdo simbólico: é ele que, desobedecendo às ordens de Deus, confere aos homens o conhecimento, retirando-os assim do estado mítico de inocência em que viviam (simbologia do Paraíso). Na tradição judaica, foi Lúcifer quem abriu os olhos do autômato criado por Jeová, conferindo-lhe assim a imortalidade espiritual. O simbolismo de Lúcifer pode ser assimilado ao do herói grego Prometeu, que invadiu o céu para roubar o fogo aos deuses e trazê-lo aos homens. É considerado o emblema do "anjo caído".
Perguntas frequentes de quem faz o pacto:
1) Morrerei depois de fazer meu pacto em 10 anos ?
Não, O pacto jamais irá diminuir seu tempo de vida na terra, pois não é para isso que ele está sendo feito.
2) No pacto estarei vendendo minha alma ?
Não, Sua Alma não pertence a você, sua Alma é do Universo e jamais você dará a Lúcifer algo que não é seu. Lúcifer deseja sua Adoração e devoção, e que você coloque ele em primeiro lugar em todos os planos de sua vida. É isto que você dará a ele.
3) Para onde irei Quando Morrer ?
Não irão a nenhum Inferno, O Inferno de fogo é uma criação, e má interpretação de passagens Bíblicas. Para entender melhor sobre isso, peço que as pessoas que acreditam neste suposto inferno, veja a Origem da Palavra "Inferno", somente assim irão compreender que isto é apenas uma má interpretação feito por fanáticos religiosos com a intenção de intimidar aqueles que não querem seguir ao Deus deles. Sua Alma é do Universo. Após sua morte uma serie de eventos irão acontecer, até que você volte a reencarnar. Portanto não desista de seus sonhos por algo que o fanatismo religioso anda falando.
4) No pacto conseguirei todos os meus desejos?
Sim! Tudo o que pedir a Lúcifer ele irá atende-lo Imediatamente, pois o Pacto é para que você siga em frente com a ajuda dele. Muitos que entregam dinheiros a igrejas pedem para o deus deles bens materiais, Mas estes Não sabem que estão pedindo ao deus errado. Lúcifer é o Deus da Materialização, é ele que tem todos os bens materiais nas Mãos dele. Lúcifer sempre esteve com tudo em mãos, pois enquanto estava no Deserto com o Nazareno, ofereceu a este bens materiais a ele em troca da Adoração. Naquele dia, Lúcifer estava demostrando que os Reinos deste Mundo, e todos os bens que neste mundo estão, são Dele, tudo possui sua marca, e ele dá para aqueles que o serve. Lúcifer é amoroso, e assim como ele faz o mal acontecer, ele também faz o Bem. Se você deseja fama, riqueza, bens materiais e tudo o que desejares vá até Lúcifer, pois este sim, irá ajuda-lo.
5) O que não devo fazer após concluir meu Pacto?
Existem algumas restrições que você jamais deverá fazer.
1º) Jamais negue Lúcifer, ele não perdoa aqueles que o negam; Isso não significa que você deve sair falando que é filho de Lúcifer, mas faça o possível para não tocar no assunto para que ele não rejeite você após uma negação vinda da sua parte.
2º) Não fale sobre o Pacto a ninguém. Caso você venha a falar para muitos sobre sua Pactuação, o Pacto será Banido.
3º) Não aceite ir em Igrejas. Dirigir-se a uma igreja que odeiam a Lúcifer é um desrespeito fatal, por isso não aceite panfletos nas ruas destas pessoas, pois são elas que vivem a difamar nossa religião e vivem a tentar denegrir nossa imagem. Jamais aceitem pedidos vindo da partes destes.
4º) Sempre agradeça a Lúcifer e aos Exús pelo bem alcançado. Jamais esqueça de que é Lúcifer que está ajudando você através dos Exús. Portanto sempre agradeça a eles, pois é dando que se recebe.
6) Em quanto tempo irei alcançar tudo o que pedi a Lúcifer ?
Lúcifer, é um Deus que sabe que há hora certa para tudo, e claro que não vai demorar anos e anos para terem tudo. Mas seja paciente, Lúcifer jamais perdoará você, se tentar confrontar ele. Você não vai fazer o pacto hoje e amanhã acordar milionário, não é assim que funciona. Para tudo a um processo, e tenha certeza que você conseguirá, basta você querer.
Carta de Oxumarê para seu filho (a)
Filha (o), eu sou seu pai.
Dono do mistério, magia, dono do arco íris, sou metade serpente, metade humano, eu sou Oxumarê.
Observo seus passos na terra a cada instante.
Ilumino teus caminhos, para inimigo não te derrubar.
Sabe aquela frase: depois da chuva, sempre vem o arco íris.
Então... Confie. Quando você estiver passando por problemas, situações, angústias, lembre-se que depois da chuva vem o arco íris, sendo assim, depois do sufoco vem a glória, a vitória, o aprendizado.
Cobra mata abraçando, mas você é minha filha (o), e aqui a cobra é você, não seu inimigo. Não deixarei passar por cima de você, pois se elas (eles) são cobras, eu sou mais ainda.
Acredite no seu pai, eu estarei sempre te valendo, e quando ver um arco íris, lembre-se, é seu pai vindo te valer.
Arroboboi!
Maria Padilha das Sete Rosas Vermelhas
América é um pequeno povoado cravado no alto da serra grande, a famosa serra dos cocos. Como todo lugarejo serrano se destaca pela sua paisagem bucólica. Um clima de fresco para frio, o céu é um típico azul anil, salpicado de alvas nuvens e um verde em todos os tons reveste feito uma esplendida pintura a natureza serrana espalhando esperança por toda serrania.
Conhecida pela Lenda de Santa Feliciana, e por sua tradicional feira, onde o forte é a compra, troca e venda de animais, foi também, palco de uma linda história de amor.
Foi num sábado ensolarado que o lugarejo amanhecera tomado por um bando de ciganos que se dirigiam até aquele local com o intuito de fazer boas trocas e grandes negócios. Num minuto o bando montou sua tenda. Aquela espécie de circo colorido chamava a atenção de todos os habitantes da América. Depois da barraca montada e devidamente instalada, buscaram o rumo da feira.
Em pouco tempo a cidade ganhava nova paisagem. Ciganas com suas roupas multicores, davam um novo colorido aquela região, tingindo o ambiente com cores fortes e vivas. Com muita desenvoltura abordavam os serranos fazendo profecias na leitura de mãos. Belos ciganos montados em seus cavalos encantavam as mocinhas sonhadoras que se animavam com tanta movimentação. Enquanto as ciganas circulavam lendo mãos, os velhos e espertos ciganos munidos de farta experiência faziam suas trocas na feira. O cigano Ribamar, um belo moreno de olhos verdes montado em seu enfeitado jumento parava na barraquinha de Rosa.
— Bota uma Serrana aí!
Rosa estava de costas, quando se voltou, já trazia a dose de cachaça na mão. Seu ouvido apurado lhe confirmava que aquela voz cantada era de um estranho. Quando os dois entreolharam-se, uma forte magia os contagiou, estavam embevecidos um com o outro. A magia por um momento os tirara do ar.
De um só gole o cigano tomou a pinga, e Rosa que rubra ficara com aquele olhar penetrante, voltava a normalidade. Ali nascia um típico caso de paixão a primeira vista. Rosa que era desimpedida iniciava com Ribamar, a contra gosto de sua família, uma linda história de amor. A fama dos ciganos, aquela vida nômade, e os comentários no pequeno lugar, tudo isso foi motivo para que os pais de Rosa a trancassem a sete chaves proibindo o belo romance.
Nem Rosa nem o cigano Ribamar se conformavam com aquela proibição, e assim sendo deram um jeito de trocar recados e bilhetes. Mas tudo isso por pouco tempo, pois no sábado seguinte os ciganos levantariam acampamento. Ribamar não poderia deixar o bando, mas não queria deixar o seu amor e foi nesse emaranhado de pensamentos que ele resolveu que roubaria a Rosa da América. Comprou, um lindo vestido vermelho, pulseiras e tiaras com medalhas dependuradas e uma rosa também vermelha para que sua amada , fantasiada de cigana fosse confundida com as outras ciganas do bando. Rosa lamentava deixar seus pais, mas não suportaria viver sem o seu grande e único amor.
Concordou com a proposta de Ribamar, e enquanto seus pais trabalhavam na barraca, ela vestida de cigana subia da garupa do Giron , jumento montado por Ribamar, e mais tarde foram acompanhados pelo bando que comovido com a paixão dos jovens deu-lhes total apoio.
A América inteira sofreu com a fuga de sua Rosa. Os pais saudosos choravam por sua filha, e Rosa também não esquecera os seus entes queridos. Depois de um ano, num sábado de sol, dia de feira, ao longe se via um bando de ciganos, a exemplo de outros tempos invadindo o lugarejo. Na frente dois jumentos: um montado por Ribamar com uma criança no colo. No outro Rosa, vestida de vermelho, com uma rosa nos cabelos, e na mão uma bandeira branca pedindo paz.
Rosa era chamada pelos ciganos, Rosa vermelha, todos no bando gostavam dela. Dessa união nascera uma linda menina a qual deram o nome de Verbena. Rosa foi recebida com festa por todos, e perdoada por seus pais. O bando resolveu libertar Ribamar das leis ciganas para que ele enfim, pudesse ter uma vida mais sossegada e feliz ao lado da esposa que tanto se sacrificara por ele.
Contam que, desse tempo para cá, as mocinhas da América quando querem conquistar suas paixões, colocam uma rosa vermelha nos cabelos, vestem um vestido tão vermelho quanto a rosa aparecendo assim, na frente do seu pretendente que ao encontrá-la nunca mais largará do seu pé. Dizem até que, já criaram um grupo folclórico que leva o nome de: “Rosa Vermelha da América.”
Hoje é conhecida como Maria Padilha das 7 Rosas Vermelhas.
Grande conhecedora das magias ciganas.
A Quaresma e o Candomblé
A Quaresma é oriunda da religião Católica, que estendeu-se pelas demais religiões com exceção das Igrejas evangélicas. Sendo que para igreja Católica, a Quaresma representa o renascimento e a volta de Jesus, já para o Candomblé a Quaresma tem um significado completamente diferente, onde o povo Ioruba criou Orôs para respeitar a quaresma, já que a religião foi cultuada principalmente por negros escravos que eram obrigados a serem Católicos.
Antigamente, quando chegava a Quaresma, o povo Iorubá paravam suas funções e faziam a festa chamada Olorogún, pois para o Candomblé o período da Quaresma é o período que em que os Orixás entram em guerra contra o mal para trazer o pão de cada dia para seus filhos. No dia da festividade chamada Olorogún, eram vestidos todos os Orixás do Axé e cada um dos Orixás vinham com um pequena trouxa, contendo a comida preferida de cada um deles. Todos dançavam os seus toques prediletos e no final saiam todos em fila dançando o Adarrum.
Depois dessa festa os Orixás só voltavam no sábado de Aleluia. Depois do Olorogún os atabaques da casas eram recolhidos, onde tomavam ebós, eram lavados com ervas, e tomavam Obori. Essa foi uma forma encontrado para fortalecer os Atabaques que são utilizados em todas as funções litúrgicas. No sábado de Aleluia, era feita uma grande festa em louvor aos Orixás,onde Ogum por ser o pai das guerras, traziam em suas mãos um grande cesto de pão para distribuir no salão. Representando o vencimento da guerra pela paz. A semana santa representa para o Candomblé a criação do mundo.
Por este motivo os candomblecistas devem vestir o branco nessa semana, e principalmente na sexta-feira santa, já que representa o dia que os Orixás desceram do Òrún para conhecerem a grande criação de Olodum, executada por Oduduwa. Por isso os Candomblecistas devem respeitar a semana santa, não pelo que ela representa para a Igreja Católica, mas sim pelo ela representa para todos nós do Candomblé. Usem branco, se não podem usar a semana toda coloque na sexta-feira, ofereçam canjicas, pão, acaçás á Oxalá pedindo paz para o nosso Brasil. Protejam-se, usem o Contra-Egún, pois essa semana os Eguns ficam soltos, pois Iansã está em guerra e não pode prende-los.
Com o término da quaresma todos os espíritas tem por hábito se limpar (fazer ebó) para retirar todas as negatividades existentes, e descarrego para se resguardar das maldades existentes em nosso mundo.
Dentro das casas de Candomblé, hoje em dia existem variações com relação a esse ritual: os antigos zeladores para serem aceitos pela comunidade local, a exemplo do que faziam negros e negras como Chica da Silva, que viveu em no Arraial do Tijuco hoje Diamantina MG, entravam para as irmandades da igreja católica, como Sagrado Coração de Jesus, e seguiam seus rituais e preceitos. Assim sendo, introduziram dentro do Candomblé o ato de se resguardar a quaresma, ou seja, a casa fica fechada durante os quarenta dias desse rito.
Comumente vemos casas de Angola e mesmo algumas de Jejê ou Kêtu que mantêm suas festividades suspensas, pois acreditam que: “o santo está dormindo”, ou seja, afastado da terra e que somente exú responde e governa para eles durante essa passagem. No sábado de aleluia tocam o adarrum, toque sagrado para invocar os orixás de volta a nosso planeta.
Porém hoje em dia com a atual situação das religiões afro-brasileiras, esse tipo de ritual vem sido abolido em grande maioria das casas de candomblé, pois, conforme dizem seus zeladores: “trata-se de um ritual cristão e não do axé orixá”, assim sendo não veem motivo para que se mantenha na atualidade. Um outro fator que com certeza contribuiu e muito para a introdução desse preceito no candomblé, foi o fato de que os negros eram proibidos por seus “donos” a praticarem a religião de seus antepassados e assim sendo, primaram pelo sincretismo.
Mesmo em meados do século XX, ainda era comum a policia perseguir os templos de Umbanda e Candomblé, ocasião em que prendiam todos que se encontravam naquele local, então, os sacerdotes e sacerdotisas continuaram a manter o culto da quaresma como forma de mostrar uma “submissão” ao cristianismo, afastando assim a ideia de culto demoníaco, que erroneamente se tinha de nossa religião. Mas, com o avanço das leis, muitas casas hoje em dia, aboliram esse ritual, e assim sendo, podemos até mesmo ver saídas de yawô durante os quarenta dias que se seguem após a folia. Se esse ou aquele está errado, não me compete dizer, apenas posso afirmar que, se cultuando ou não a quaresma, o que realmente importa é que sigamos fielmente as leis de nossos Orixás, não nos importando as pedras que encontraremos em nosso caminho. Não nos importa o ritmo de cada casa e de seu sacerdote, o que importa realmente, é que sejamos fiéis à casa que nosso orixá escolheu, pois ele com certeza sabe o que é melhor para seus filhos.
A Quaresma e a Umbanda
A Quaresma é uma doutrina exclusiva do catolicismo e que não influencia a Umbanda de modo algum. Defende-se também que, do ponto de vista espiritual, não há diferença em relação a qualquer outra época do ano, no quesito padrão vibratório. Terreiros com esse pensamento, funcionam normalmente nesse período; porém, por conta de várias pessoas pensarem que, nessa época, podem estar sujeitas a tragédias, acredita-se que surge uma força espiritual criada a partir da soma de energias coletivas, da qual precisam se defender, isto é, acredita-se que o padrão vibratório diminui, não por conta da Quaresma, mas pelo estado emocional das pessoas, obrigando o terreiro a acatar medidas de segurança, tais como o uso de contra-eguns, banhos específicos, preceitos elaborados etc. Terreiros com esse pensamento, também funcionam normalmente nesse período.
Este posicionamento baseia-se na ideia de que a Quaresma é um período no qual os espíritos obsessores estão mais suscetíveis a receber favores em troca de práticas negativas. Acredita-se que nesse momento muitos rituais são realizados, aproveitando-se da presença desses zombeteiros. Muitos terreiros cobrem as imagens do congá (altar), não realizam trabalhos nesse período e os que realizam, boa parte, só trabalham com a linha da esquerda.
Apesar dos esforços de muitos estudiosos da Umbanda e Candomblé de sistematizarem as nossas práticas ritualísticas por meio de livros e cursos doutrinários, não podemos negar que nossa religião é fundamentada na tradição oral, sendo assim, é natural que haja mesmo divergências. Se você acredita que precisa jejuar na Quaresma, tomar banhos de defesa, trabalhar apenas com a esquerda, usar um contra-egum em cada braço… cabe a você decidir, ou ainda, ao seu terreiro definir e você, acatar as orientações do seu dirigente. Eu, particularmente, uso meu contra-egum e tomo meus banhos de defesa sempre que possível. Na dúvida, melhor não arriscar, não é mesmo?
Curiosidade: Você sabia?
O Carnaval é uma festa que sempre antecede quatro dias a Quaresma. A razão dessa festa acontecer nesse período é o fato de que, para conseguirem cumprir os preceitos da Quaresma, usam e abusam dos prazeres da carne alguns dias antes para não sentirem falta durante o período de reflexão quaresmal. Especula-se que o nome Carnaval significa “festa da Carne”, em virtude dos jejuns que se sucederão dias depois.
sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018
Kizilas dos Orixás
Kizila, é vocábulo de origem kimbundo, utilizada nos Candomblés de Angola (grupo banto). Tal expressão é então sinônima de èwò, esta proveniente do yorubá, razão pela qual é mais dita nos Candomblés de Ketu (grupo nagô). Apesar da diferença de origem, e da prevalência das Casas de Ketu em relação às de Angola no Brasil, a palavra kizila sobrepujou-se a èwò rompendo as barreiras culturais e litúrgicas e hoje, é frequentemente usada em todos os Candomblés, não importando sua origem ou Nação.
As kizilas, ou tabus, são interdições de ordem alimentar, de vestuário e comportamentais impingidas pelos Orixás aos seus respectivos médiuns, devendo ser cumpridas pelos devotos que incorporam e pelos que não incorporam. A inobservância das kizilas, quebra a força que o Orixá depositou na pessoa e ainda enfraquece a relação entre o Homem e sua Divindade. Segundo a cultura nagô, èlédá ìnú (guardião do estômago), seria um controlador do que se ingere e das conseqüências ocasionadas.
As kizilas são importantes referências do Candomblé, sendo crucial seu conhecimento a fim de que não se incorra em graves falhas ao culto, as quais invariavelmente repercutem no resultado desejado em ebós, sacrifícios, orôs e preceitos em geral. O ato de transgredir as interdições é entendido como afronta ao Orixá, ensejando o transgressor a punições diretamente por parte da divindade (que poderá fazê-lo no campo da saúde, amor, financeiro, etc.), ou poderá ser estabelecida por intermédio do zelador através do Oráculo. Tais punições consistem em multas de reparação que podem significar oferendas, comidas secas, animais para sacrifício, etc.
Kizila dos Orixás ou Èèwò são atos e certos alimentos que contrariam o axé de alguns orixás e devem ser respeitados para manter a harmonia espiritual.
Tudo que provoca uma reação contrária ao “axé”, chamamos de quizila ou èèwò, que são energias contrárias a energia positiva do orixá.
Estas energias negativas podem estar em alimentos, cores, situações, animais e até mesmo na própria natureza.
Kizilas clássicas de quase todas as nações.
- Não comer caranguejos.
- Não comer siri.
- Não comer peixe de pele que pertencem a Eguns, comer somente peixe de escamas .
- Exu não gosta de água e mel em excesso.
- Ogum detesta quiabo.
- Oxóssi não aceita mel de abelha.
- Iansã não permite abóbora dentro de casa.
- Oxalá não pode com dendê ou vinho da palma.
Como funciona a Kizila dos Orixás?
A Kizila é uma forma de reação negativa ao axé que atinge as pessoas física, mental e espiritualmente, gerando diversos transtornos na vida pessoal.
A Kizila dos Orixás age como se uma espécie de “alergia” intoxicasse os filhos de santo, trazendo assim mal estar e transtornos na vida da pessoa.
A Kizila do orixá vem quando comemos ou fazemos algo que não devemos.
Cada um dos orixás tem suas próprias quizilas e seus filhos devem respeitá-las, sob pena de trazerem sérias consequências a vida.
As kizilas dos orixás são ensinadas ao longo da caminhada da iniciação que os devotos fazem na Umbanda.
As kizilas dos orixás mais comuns são certas comidas, temperos, folhas para banhos ou alimentação, bebidas, cores de roupas, etc.
Confira as principais kizilas dos Orixás.
- Evitar abacaxi (quizila de Omolu).
- Não comer carne nas segundas e sexta-feira.
- Usar roupa branca nas segundas e sextas-feiras.
- Não passar embaixo de escadas.
- Não comer abóbora.
- Não usar roupas totalmente pretas ou totalmente vermelhas.
- Evitar cemitérios.
- Não comer as pontas: cabeças, pés e asas de aves.
- Não jurar pelo santo, nem pedir pelo mal das outras pessoas.
- Não passar atrás de corda de animal.
- Não deixar passar com fogo nas nossas costas.
- Não pagar nem receber dinheiro em jejum.
- Não comer muçum ou arraia (kizila de Oxum).
- Não comer cajá.
- Não comer carambola (pertence à Egum).
- Não comer fruta-do-conde ou sapoti.
- Evitar comer carne de porco (kizila de Omulu).
- Evitar manga-espada (kizila de Ogum).
- Evitar manga-rosa (kizila de Iansã).
- Evitar tangerina (kizila de Oxóssi).
- Não comer caça (kizila de Oxóssi).
- Evitar fubá de milho (kizila de Oxóssi).
- Filho de Oxóssi não come milho vermelho, nem milho verde.
- Evitar carne de pato (kizila de Iemanjá).
- Evitar carne de ganso (kizila de Oxumarê).
- Não comer carne de pombo ou galinha D’angola.
- Não ter em casa penas de pavão (tiram a sorte).
- Não varrer casa à noite.
- Evitar coco (kizila de Oxóssi).
- Evitar melancia (kizila de Oxum).
- Não pregar botão em roupa no corpo.
- Não comer a comida queimada do fundo das panelas.
- Evitar aipim ou mandioca (pertencente à Egum).
- Não comer bertália.
- Não comer taioba (quizila de Nanã).
- Não comer pepino.
- Não comer das folhas do jambo.
- Não comer jaca.
- Evitar ovos (kizila de Oxum)
- Nunca se fala cuscuzeiro nem cuscuz, para não revoltar Obaluaiê e Omulu fala-se agerê e bolo branco.
As kizilas são explicadas, ou ao menos mencionadas nos itans dos Orixás, quando são historiadas as suas trajetórias, seus encantos, aventuras e percalços. As kizilas têm origem nas preferências dos Orixás, ou em suas características essenciais, em seus desagrados, ou até mesmo em suas próprias referências de respeito e consideração. Por exemplo: para Oxalá, Orixá funfun da criação, regente da ética e da honra, aquele que tem no branco, a única cor de seu uso, o resumo de sua própria essência, é tabu (kizila) que seus sacerdotes, durante os atos litúrgicos, vistam qualquer cor que não seja aquela de sua preferência.
Vale mencionar como exemplo novamente Oxalá. O velho Orixá fora encarregado por Olorum para criar o mundo e seus habitantes. Porém, incitado por Exu, embebedou-se de vinho de palma, adormecendo antes da hora, vindo a perder parte de sua oportunidade. Em razão disto, Oxalá tem nas bebidas alcoólicas uma de suas principais kizilas. Nem seu culto, nem seus oloxás devem fazer uso de bebidas alcoólicas.
Xangô, irmão de Dadá, filho de Yamassê e de Oraniã, é tão ligado a sua mãe, que por respeito e consideração, segue os mesmos interditos de sua genitora.
Ainda Xangô: quando o Obá quis dominou o povo male, cuja religião era muçulmana, foi generoso ao ponto de adotar como interdito o consumo da carne de porco, vedada aos adeptos do Islã.
A noção dos alimentos “frios” e “quentes”, tais como manga, carne de porco e abacaxi, que fazem o sangue ficar “quente”, é importante como referência às características dos Orixás e a compreensão de seus interditos.
Há ainda as kizilas que são comuns a todos os adeptos do Candomblé. Ou seja, a todos os que são “de santo”: peixe de pele (por ser kizila de Iemanjá, dona dos mares, berço da pesca e fonte de alimentação); abóbora (por representar o primeiro ventre que pariu o primeiro ser, logo, ao comer a abóbora, se estaria comendo o útero da mãe ancestral); siri/caranguejo (que dilaceraram a carne de Omolu, quando este ainda bebê, fora abandonado por sua mãe Nanã à beira do rio, sendo ali resgatado por Iemanjá, que adotou Omolu e lançou a interdição a todos os Orixás); jaca, por ser fruto da árvore pertencente as Iyámi Oxorongá, as feiticeiras da floresta; não comer os miúdos do frango nem as asas, pés ou cabeça (pois são as partes das quais são preparados os axés nos sacrifícios votivos).
Devemos observar as kizilas que são herdadas em função da familiaridade de Santo, são as chamadas kizilas de axé. As kizilas do zelador (a) de santo, devem ser respeitadas por seus filhos-de-santo, assim como aquelas dos irmãos-de-barco.
Os ìyàwó, além das kizilas de seu seus respectivos Orixás, devem atender a inúmeras interdições de conduta ao longo de seu resguardo, tais como não tomar banho de mar, não ingerir bebidas alcoólicas, não ir a cemitério, nem acompanhar cortejo fúnebre, etc.
Por que não devemos comer caranguejo?
Como o caranguejo ficou sem a cabeça? Quando o mundo foi criado, nenhum animal possuía cabeça.
Entretanto, Olofin havia prometido que um dia, todos seriam aquinhoados com cabeças, mas, como se tratasse de um número muito grande de pretendentes, não havia previsão de data para a entrega. A verdade é que todos andavam muito ansiosos pelo momento de poderem desfilar exibindo belas cabeças, dotadas, segundo se dizia, de olhos, boca, orelhas e tudo o mais que compõe uma boa e verdadeira cabeça.
Naquela época o caranguejo era um bom adivinho e vivia desta atividade. Todos os bichos da região eram seus clientes e ele orgulhava-se de jamais haver falhado numa previsão.
Caranguejo cultuava Esù, de quem era muito íntimo e com quem dividia, de bom grado, tudo o que recebia na sua função de adivinho. Desta forma, mantinha-se sempre, muito bem informado de tudo o que acontecia, tanto no Ayê, quanto no Orun.
Sabemos, com certeza, que era Exú quem sustentava o dom de adivinhar do caranguejo.
Um belo dia, logo pela manhã, Exú foi à casa do amigo para lhe dar, em primeira mão, a grande e tão esperada notícia: no dia seguinte Olodumare, que já não aguentava mais tanta reclamação, distribuiria cabeças entre os animais.
Havia, no entanto, um pequeno problema: o número de cabeças existentes não era suficiente para atender a demanda toda e, por este motivo, aqueles que chegassem por último ao Orun, continuariam acéfalos.
“Não contes a ninguém o que te estou revelando. Trata de chegar primeiro e assim poderás escolher a melhor cabeça que estiver disponível. Depois podes espalhar a notícia entre todos”.
Disse Exú ao caranguejo.
Ora, como já sabemos, o caranguejo zelava muito bem por sua fama de adivinho e assim, não se sabe se por força de ofício ou por simples vaidade, logo que Exú foi embora, saiu batendo de porta em porta, espalhando a boa nova e sendo por isto, muito bem recompensado pelos vizinhos.
Atrapalhado com tantos presentes, caminhava cada vez mais lentamente, mas não parou até que o último dos bichos tivesse sido avisado.
Os animais, logo que sabiam da novidade, abandonavam o que quer que estejam fazendo e corriam para o Orun, em cuja porta já se havia formado uma imensa fila.
A confusão era tão grande que filas foram formadas para que a ordem de chegada fosse respeitada, já que alguns retardatários, usando de força, tentavam furar a fila.
Somente depois de voltar à sua casa, onde guardou os presentes que havia recebido em troca da informação, é que o caranguejo, após tomar um bom banho, dispôs-se a ir buscar sua própria cabeça.
Contudo, quando finalmente chegou ao Orun, era tarde demais, não existia mais uma cabeça sequer e, desta forma, por não saber guardar segredo, nosso herói ficou privado de adquirir uma cabeça.
Zangado e decepcionado com a atitude do amigo, Exú negou-se, para sempre, a ajudá-lo no ofício de adivinho e desmoralizado e triste, o caranguejo internou-se no pântano onde vive até hoje enterrado na lama e… Sem cabeça, é claro!
Diante deste Itan, acredito que o maior motivo de todos nós não podermos comer caranguejo, é exatamente porque o caranguejo cometeu um interdito com Exú, traindo sua confiança.
As pessoas que são iniciadas no candomblé não comem caranguejo, principalmente QUEM É INICIADO de Omolu.
Em épocas antigas quando os Orixás habitavam nosso planeta, Nanã quando teve Omolu e viu que seu filho era todo coberto e também aberto em chagas e feridas mórbidas e horríveis, aliás uma das kizilas de Nanã é ver e não gostar de ver Ninguém sofrer. Ela por não querer cria-lo acabou que abandonando ele na praia nas marés altas.
TODOS OS PEIXES DO MAR vieram adorar Omolu, mas o caranguejo sempre faminto foi logo dando a sua mordida e arrancando com suas poderosas garras a Carne do rei Omolu e tirando pedaços enormes, os peixes todos viram e foram logo Chamar IEMANJÁ IYÁSESÙ, que chegou correndo e pegou Omolu, tirou um ebó de seu corpo com a areia da praia, por isto estoura-se a pipoca à Omolu na areia de praia, passou azeite de dendê com a palha da bananeira e lhe deu o acaça, elemento que dá a vida, Iemanjá Iyásesù levou Omolu para seu reino.
SÓ QUE ANTES SENTENCIOU:
DE HOJE EM DIANTE, TU SERÁS AMALDIÇOADO POR QUEM FOR ADOSÚ (INICIADO NO CULTO AOS ORIXÁS) E PRINCIPALMENTE A QUEM FOR MEU FILHO OU MINHA FILHA, NINGUÉM MAIS COMERÁ DE SUA CARNE E VOCÊ NUNCA MAIS ANDARÁ PRA FRENTE SÓ ANDARÁ DE LADO.
E QUEM COMER DE SUA CARNE TAMBÉM SÓ ANDARÁ DE LADO NA VIDA, JAMAIS PARA FRENTE .
O AMOR DE MÃE DE IEMANJÁ FALOU MAIS ALTO E O CARANGUEJO FOI BANIDO DA MESA DOS ORIXÁS PARA SEMPRE, SENDO PROIBIDO PARA QUALQUER FILHO DE QUALQUER ORIXÁ.
Principalmente por filhos de IEMANJÁ, NANÃ E OMOLU, causando danos a vida material e espiritual, então cuidado.
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