terça-feira, 18 de setembro de 2018

Adôxú


Adòsú — pronúncia correta Adôxú, porém alguns pronunciam Adocho, — pessoas que serão raspadas. O Osù é o axé com o qual se firma o Orixá no alto da cabeça. É a marca que distingue o iniciado. Na África, para determinados Orixás, ele é simplesmente um tufo de cabelos deixado no alto da cabeça raspada. Aqui, compõe-se de elementos diversos que podem ser alterados de acordo com o Orixá, como aridan, pichulin, préa e pós diversos. É moldado com as águas das folhas do (a) Ìyàwó em formato cônico, constituindo-se em um fragmento do Axé coletivo da Casa. Ou seja, o Osù é uma massa feita de diversos elementos, tem um formato cônico e é colocado no alto e centro da cabeça, exatamente onde foi feito o pequeno corte (O GBÉRÉ no momento da iniciação do Ìyàwó.. A partir daí, a iniciada poderá ser chamada Adòsú. O Adósù é o equivalente à Ìyàwó, por ela usar o Osù e ser raspada.. Ele é usado na feitura e na morte, quando simbolicamente ele é retirado do corpo morto, através de um ritual muito reservado. Quando a morte se dá por um acidente difícil de se usar o corpo, os preceitos são feitos numa cabaça, que representará a cabeça do falecido.

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Na iniciação Òsù (adoxé) é um amalgamado de substâncias secretas, algumas in-natura, outras secas, algumas torradas mas tudo isto reduzidos a pó, este conhecido como iye. Ele serve de veículo para transmitir o àse do Òrìsà a ser consagrado no futuro iniciado. O òsù será formado pelos elementos constitutivos e carrega não somente o àse mas a individualização de cada Òrìsà, sendo assim há uma expressiva diferença entre os òsù, cada qual leva suas substâncias distintas e específicas, ou seja, um diferente do outro. É a preparação mística de uma base apta a receber o Òrìsà. Tutelar quando ele manifestar-se no iniciado. Para que possa veicular o àse pretendido, deve ser consagrado ritualisticamente em um odo (almofariz/pilão) devidamente preparado para este tipo de cerimônia. O almofariz, onde os remédios e elementos sagrados são triturados é considerado um objeto sagrado feito apenas com determinados tipos de madeira. Simboliza as duas forças fundamentais: o almofariz representa o pólo feminino , enquanto o pilão representa o pólo masculino. O que se obtém destes dois é o terceiro elemento "O elemento criado, o elemento procriado". 


O ritual para o preparo do òsù, onde são recitados a cerimônia adúrà (rezas) são de competência única e exclusiva dos Babalòrìsà, Ìyálòrìsà , Ìyálàse e Òsùpin. Em determinado estágio da iniciação, a Ìyálàse transfere esta massa do almofariz e a fixa em formato cônico, sobre o crânio raspado do noviço, mais especificamente em um pequeno corte ritualístico denominado de gb éré, por intermédio de um ciclo ritual que culmina quando esta profere algumas palavras, afim de consagrar o òsù. Estas palavras são conhecidas como ofò. Uma vez sacralizado corretamente e por quem de direito, o òsù fortalece o àse do Òrì sà consagrado no iniciado e este passa ser chamado de Adòsù. O denominação A'd'òsù , resulta na forma contraída das palavras: A – dá – òsù, o que poderíamos interpretar como: "Aquele que carrega o òsù" ou "O Portador do òsù ".De suma importante lembrar, que a gramática Yoruba na prática de sua linguagem é comum usar o sinal diacrítico o "apóstrofo". Consiste em que, se numa mesma frase a palavra termina com uma vogal e a palavra seguinte começa com uma vogal, uma destas duas vogais sofre supressão, então duas ou mais palavras tornam-se apenas uma.


O Adósù é um símbolo de submissão ao grande Aláàfin (o soberano da cidade de Òyó). Os seus seguidores, portam este tufo de cabelo, que situa-se no alto da cabeça para que todos possam visualizar, o mesmo ocorre com os iniciados que carregam este símbolo para que sejam reconhecidos como os seguidores e submissos de Sàngó em território Yorùbá, sabe-se que é um dos símbolos mais importantes e sagrados para os iniciados desta divindade, origem Yorùbá. O mesmo simbolo é usado em algumas religiões da cultura Afro-brasileira.


A galinha de Angola, chamada Etun ou Konkém no Candomblé; ela é o maior símbolo de individualização e representa a própria iniciação. A Etun é adôxú, ou seja, é feita nos mistérios do Orixá. Ela já nasce com Esù, por isso se relaciona com o começo e com o fim, com a vida e a morte, por isso está no Bori e no Asésê.

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