Ajaká
AGANJÚ, TERRA FIRME E AJAKÁ SEU PAI
A história dessa situação é contada pela tradição Lucumi, não as histórias da Tradição mas pelo que se considera historias adicionais.
Antes de apaixonar-se pelo caçador, Odùdúwá deu a luz para seu marido Obatàlá, a um menino e uma menina, chamados respectivamente Aganjú e Yemojá. O nome Aganjú significa a parte não habitada do país, a região selvagem, terra firme, a planície, ou a floresta; e o nome Yemojá significa "mãe dos peixes" (yeye, mãe; eja, peixes). A prole da união do paraíso e da terra, isto é, de Obatàlá e de Odùdúwá, pode assim ser dita representar a união de terra e água. Yemojá é a Deusa dos rios e córregos, e gere as dificuldades causadas pela água. É representada por uma figura feminina, sua cor é o amarelo, contas azuis e vestimenta branca. A adoração de Aganju parece ter caído em desuso, ou ter-se fundido com a de sua mãe; mas diz-se existir um espaço aberto na frente da residência do rei em Oyo onde Aganjú foi adorado no passado e que ainda se chama Ojú-Aganjú - "Olhos de Aganjú".
Yemojá casou-se com seu irmão Aganjú, e teve um filho chamado Òrugán. Este nome é combinação de orun, do céu, e de gan, do ga, para ser elevado; e parece significar "na altura do céu." Parece responder ao khekheme, ou "à região livre de ar" dos povos Ewe, para significar o espaço aparente entre o céu e a terra. A prole da terra e da água seria assim o que nós chamamos de ar. Òrugán apaixonou-se por sua mãe, que recusou-se a ouvir de sua paixão culpada. Um dia Òrugán aproveitou-se da ausência de seu pai e a possuiu. Imediatamente depois do ato, Yemojá levantou-se e fugiu, esfregando as mãos e lamentando. Ela foi perseguida por Òrugán, que a tentou consolar dizendo que ninguém precisaria saber do ocorrido. E declarou que não poderia viver sem ela. Pediu-lhe considerar que vivesse com dois maridos, um reconhecido, e o outro em segredo; mas ela rejeitou com horror todas suas propostas e continuou a fugir. Òrugán, entretanto, alcançou-a rapidamente e quando estava ao alcance de sua mão, ela caiu para trás na terra então seu corpo começou imediatamente a inchar em uma maneira temível, dois córregos da água saíram de seus seios, e seu abdômen explodiu, abrindo-se. Os córregos dos seios de Yemojá uniram-se formando uma lagoa. E da abertura de seu corpo vieram:
Dadá - Deus dos Vegetais
Sàngó - Deus do Relâmpago
Ògún - Deus do Ferro e da Guerra
Òlokun - Deusa do Mar
Òlosa - Deusa da Lagoa
Oyá - Deusa do Rio Níger
Òsun - Deusa do Rio Òsun
Oba - Deusa do Rio Oba
Òrìsà Oko - Deus da Agricultura
Òsòósi - Deus dos Caçadores
Oke - Deus das Montanhas
Ajé - Deus da Riqueza
Sàponà - Deus da Varíola
Òrun = O Sol
Òsú - A Lua
Para comemorar este evento construiu-se uma cidade chamada Ifé (que significa distensão, aumento de tamanho, ou inchamento), no local onde rebentou o corpo de Yemojá, essa cidade transformou-se em cidade sagrada para os povos de fala Yorubá. O local onde seu corpo caiu costumava ser mostrado e provavelmente ainda o é; mas a cidade foi destruída em 1882, na guerra entre o Ifés contra os Ibadans e os Modakekes. O mito de Yemojá explica assim a origem de diversos dos Deuses, fazendo-os netos de Obatàlá e de Odùdúwá.
AJAKÁ
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