segunda-feira, 27 de agosto de 2012

ÀBÍKÚ / ABICU - 1a. Parte


“Nascido para morrer” / “Nascer e morrer” / “O parimos e ele morreu”
A palavra abicu quer dizer:
A     -     Aquele ou aquela que possui
Bi    -     Ao nascer
Ikú   -     A morte



Sucessivos abortos numa mesma mulher, partos seguidos da morte da criança recém-nascida, morte de crianças ou jovens, repentinas e associadas a estágios significativos de vida, tais como mudanças nas fases de crescimento, aniversários, casamento ou nascimento do primeiro filho, são identificados como acontecimentos ligados aos Àbíkú.

A tradução literal é “nascido para morrer” (a bi ku), designando crianças ou jovens que morrem antes de seus pais. Há, portanto, dois tipos de abicu: o primeiro, Àbíkú – omode, designando crianças e o segundo, Àbíkú – Agbá, referindo-se a jovens ou adultos que morrem, via de regra, em momentos significativos de suas vidas e sempre antes dos pais, apresentando nisso uma alteração da ordem natural que socialmente é aceita e entendida como: aqueles que chegaram ao Aiyé (mundo físico) primeiro voltam ao Orun (mundo espiritual). Nessa questão, além da lógica natural, está presente a garantia da continuidade no Aiyé e a certeza da lembrança e do culto ao ancestral que deixa descendentes que recontarão sua história ao longo dos tempos, garantindo sua “sobrevivência” na comunidade.


Aquele que nasce para morrer. Uma reencarnação que foi perdida por causa da criança (menino ou menina) que morreu, vai voltar a reencarnar e quando reencarnar está dentro do culto de ancestralidade que é cultuado na África numa sociedade Oboni. Então nós temos toda uma geração que fala dessa ancestralidade, da reencarnação desse morto que não completou a sua reencarnação, aí sim, isso é obtido através do jogo de búzios e do caminho de Ifá, tanto o Opele-Ifá como o Fatê-Ifá (na peneira), é que vai saber da sua ancestralidade e a posição que você ocupa porque as pessoas que tem esse tipo de problemas quando voltam eles tem um título dentro do culto de abicu chamado Emurê, então esse Emurê vai gerar outros.

A cultura abicu aumentou muito nos últimos anos e hoje temos informações mais precisas, porque antigamente só se conhecia dois tipos de abicu que eram os dos gêmeos, um nasceu e o outro morreu, ou seja, aquele que precisou de alguém morrer para ele nascer, e também o caso que ao nascer à mãe morreu de parto. Esses eram os casos mais conhecidos nos caminhos de abicu.

Hoje, o termo abicu está associado a uma parte muito negativa. No caso o abicu clássico aonde a mulher engravida várias vezes e sempre perde os filhos. Nesse caso, normalmente o jogo pode apontar que ali existe um espírito abicu que vem à terra e que morre seguidas vezes dentro da família, isso é uma coisa muito complicada, muito negativa e muito triste para a família.

Existem outros caminhos de abicu que são aquelas pessoas que, por exemplo, ao nascerem tem o parto difícil, crianças que são puxadas a ferro, que demoram a nascer, que nascem com o cordão umbilical enrolado no pescoço, que nascem com empelicarias, essas crianças na hora em que elas nascem, devido a aproximação da energia da morte, é como se toda a programação da vida dessa pessoa fosse acompanhada não apenas da energia da vida, mas também da energia da morte. 

Como as energias da vida e da morte são energias contrárias, então essas pessoas sempre têm muita dificuldade em ter a plenitude de sua vida e desenvolver plenamente o seu potencial na sua vida. 
Alguns exemplos de pessoas com esse lado negativo abicu: A pessoa nunca consegue ter uma estabilidade financeira na vida, sempre tem dificuldades nunca conseguem. Para outras pessoas esse negativo abicu pode interferir na saúde, a pessoa tem sempre a saúde abalada, para outros pode interferir na sorte de amor, a pessoa tem uma grande dificuldade em ser feliz emocionalmente, afetivamente, sempre tem um entrave, sempre tem um problema.

Para cada pessoa esse negativo acontece em sua vida de uma forma diferente e isso normalmente vem de herança familiar, isso vem de problemas d família, de ancestralidade, tanto que é justamente com a ancestralidade, com a força de Iyámi e de Egum que são os principais métodos onde poderemos neutralizar essa negatividade, inclusive são indicados obrigações anuais, a pessoa uma vez por ano deve fazer um determinado tipo de bori, determinadas ritualidades para manter esse negativo, esse carrego abicu sempre controlado para que  a pessoa possa ter uma vida realmente plena e 100% desenvolvida em tudo que ela deseja e de acordo com o seu potencial.



3 comentários:

  1. Muito interessante, principalmente para quem tem Odu 4 (Iorossum Meji) na cabeça, que traz caminho de Abicu.
    Grata...

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  2. Olá fui raspado, sou do orixá ogum, mas só depois que raspei q descobrir q nascir com cordão enrrolado no pescoço...
    Qual seria o seu conselho?
    Oque devo fazer?

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