OMULU
É o responsável pela translação da morte para o orum. Orixá da terra, é através dele que a terra recebe os corpos mortos.
Omolu é considerado como anterior à época em que Odudua chegou a Terra, ele existia antes da criação do fogo na Terra.
Omolu está ligado ao interior da terra ,ninù ilé e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento, domina as camadas mais profundas do planeta.
Fogo ,o elemento transformador,que também pode ser devastador tanto quanto as epidemias, as febres, as convulsões lançadas por Omolu.
Orixá cercado de mistérios, Omolu é um deus de origem incerta, pois em muitas regiões da África eram cultuados deuses com características e domínios muito próximos aos seus.
A relação de Omolú com a morte dá-se pelo fato de ele ser a terra, que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida.
O homem nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se forte diante do mundo, mas continua frágil diante de Omolú, que pode devorá-lo a qualquer momento, pois Omolú é a terra, que vai consumir o corpo do homem por ocasião da sua morte.
Omolú, o Rei da Terra, é filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá que o acolheu quando a mãe rejeitou-o por ser manco, feio e coberto de feridas.
É uma divindade da terra dura, sedenta e quente.
É às vezes chamado "o velho", com todo o prestígio e poder que a idade representa no candomblé.
Está ligado ao Sol, propicia colheitas e ambivalentemente detém a doença e a cura.
Com seu sassará, cetro ritual de palha da Costa, ele expulsa a peste e o mal. Mas a doença pode ser também a marca dos eleitos, pelos quais Omolú quer ser servido. Quem teve varíola é frequentemente consagrado a Omolú.
Suas relações com os Orixás são marcadas pelas brigas com Xangô e Ogun e pelo abandono que os Orixás femininos legaram-lhe. Rejeitado primeiramente pela mãe, segue sendo abandonado por Oxum, por quem se apaixonou, que, juntamente com Iansã, troca-o por Xangô. Finalmente Obá, com quem se casou, foi roubada por Xangô.
É um Orixá solitário.
mitologia
Dono das lanças certeiras, quem era atingido tornava-se cego.
Quando se sentia desrespeitado mandava a peste.
Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra. O colar que o simboliza é oladgiba, cujas contas são feitas da semente existente dentro da fruta do Igi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas.
Usa também bradga, um colar grande de cauris.
Seu poder está extraordinariamente ligado a morte.
Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem.
Ele é a própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó.
Divide com Iansã a regência dos cemitérios, pois ele é o Orixá que vem como emissário de Oxalá ,princípio ativo da morte, para buscar o espírito desencarnado.
É Omulu que vai mostrar o caminho, servir de guia para aquela alma.
Senhor da Terra e das camadas de seu interior, para onde vamos todos nós. Daí a ligação que tem com os mortos, pois ele é quem vai cuidar do corpo sem vida, e guiar o espírito que deixou aquele corpo.
É por isso que Omulú gosta de coisas passadas, apodrecidas.
A participação de Omulú nos rituais africanistas é imprescindível, é Ele o regente da feitiçaria e da magia.
Orixá responsável pelo processo de transformação de energias.
Enquanto Obaluaiê se responsabiliza pela doença e a cura, Omulú se responsabiliza em castigar os malfeitores e descrentes, castigando os com as doenças, e em consequência, a morte se não for reverenciado.
Seu maior castigo é a presença de doenças , como pôr exemplo a varíola, doença pela qual ele é mais conhecido.
A morte dá continuidade a existência espiritual.
Porém, ao sentir que não há mais necessidade que o espírito continue a caminhar, Omulú assume seu papel, de através do corpo, devolver a terra a continuidade da evolução, e entrega o espírito ao orum.
O xaxará de Omulú, como se fosse uma vassoura, varre a morte, Não deve ser temido, porém respeitado.
ARQUÉTIPO
Os filhos de Omolu são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim.
Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais otimista dos seres.
Acham que nada pode dar certo, que nada está bom.
Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice.
Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planejaram. Não são do tipo que levam desaforo para casa e se sentirem ofendidos respondem no ato. Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.
Podem apresentar doenças de pele, marcas no rosto, dores e outros problemas nas pernas. São pessoas sem muito brilho, sem muita beleza. São perversos e adoram irritar as pessoas.
São lentos, exigentes e reclamam de tudo.
São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Omolu são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestáveis e trabalhadores. São amigos de verdade.
0 tipo psicológico dos filhos de Omulu é atarracado, fechado, desajeitado, rústico, desprovido de elegância ou de charme. Pode ser um doente marcado pela varíola ou por alguma doença de pele e à frequentemente hipocondríaco. Tem considerável força de resistência e e capaz de prolongados esforços. Geralmente é um pessimista, com tendências auto-destrutivas que o prejudicam na vida. Amargo, melancólico, torna-se solitário. Mas quando tem seus objetivos determinados, é combativo e obstinado em alcançar suas metas. Quando desiludido, reprime suas ambições, adotando uma vida de humildade, de pobreza voluntária, de mortificação. E lento, porém perseverante.
Firme como uma rocha. Falta-lhe espontaneidade e capacidade de adaptação, e por isso não aceita mudanças. É vingativo, cruel e impiedoso quando ofendido ou humilhado.
Essencialmente viril, por ser Orixá fundamentalmente masculino, falta-lhe um toque de sedução e sobra apenas um brutal solteirão.
Fenômeno semelhante parece ocorrer no caso de Nanã: quanto mais poderosa e mais acentuada é a feminilidade, mais perigosa ela se torna e, paradoxalmente, perde a sedução.
ARQUÉTIPO
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